O empresário e ex-deputado estadual paranaense Tony Garcia, que afirma ter desempenhado o papel de "agente infiltrado" de Sergio Moro na Lava Jato, se colocou à disposição do ex-ministro José Dirceu, que pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspeição do ex-juiz em dois processos em que foi condenado.
LEIA TAMBÉM:
José Dirceu é absolvido por novo juiz responsável pela Operação Lava Jato
EXCLUSIVO: Tony Garcia diz que há "muito mais" provas contra Moro no depósito da 13ª Vara
Te podría interesar
Na representação, feita nesta sexta-feira (12), Dirceu pede que o ministro Gilmar Mendes estenda a ele a decisão da corte que decretou a suspeição de Moro nos processos movidos contra Lula.
Se for acatado o pedido, Dirceu pode ter anulada as duas condenações contra ele sentenciadas pelo ex-juiz, que somam um total de 32 anos e um mês de prisão por crimes de corrupção passiva, pertinência a organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Te podría interesar
“Como a finalidade das acusações tramadas pela Força-Tarefa e dos julgamentos proferidos pelo então juiz Sergio Moro, em relação a José Dirceu, eram, confessadamente, fomentar e robustecer as posteriores imputações dirigidas a Lula – de acordo com o projeto político-partidário dos procuradores e do magistrado – a suspeição do referido juiz federal, reconhecida nestes autos, deve ser estendida ao requerente, determinando-se a anulação dos processos criminais a que atualmente responde”, afirmam os advogados de Dirceu. A informação foi divulgada por Guilherme Amado, no site Metrópoles.
Na rede X, antigo Twitter, Garcia afirmou que tem provas para ajudar Dirceu e detonar Sergio Moro.
"Posso afirmar e provar perante a justiça que fui OBRIGADO por Sergio Moro em CONLUIO com [os procuradores] Deltan Dallagnol, Januário Paludo e Carlos Fernando a dar entrevista para a revista Veja em 2005 com acusações FORJADAS por eles imputando culpa a José Dirceu", diz o empresário.
Segundo Garcia, Moro e os procuradores teriam dado um roteiro para que ele envolvesse Dirceu em um esquema de corrupção na entrevista à Veja.
"O roteiro dizia que fui testemunha ocular de dinheiro em espécie dentro de um jatinho, o qual, seria entregue a Zé Dirceu e ao PT em SP. Caso me recusasse, seria preso e teria acordo quebrado. Diante da gravidade desse acontecimento histórico, me sinto na obrigação de me colocar a disposição da defesa de José Dirceu em me arrolar como testemunha onde apresentarei provas do início da perseguição implacável de Moro, Deltan e MPF-PR contra o PT usando Zé Dirceu", afirma Garcia.