FIM DA LAVA JATO

Associações de procuradores e juízes não aceitam decisão de Dias Toffoli sobre Lava Jato

Entidades representativas das duas categorias anunciam que vão apelar da decisão do ministro do STF de anular provas do acordo de leniência da Odebrecht

Créditos: STF (Carlos Moura) - Ministro Dias Toffoli classifica processo contra Lula de "erro histórico"
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A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) e a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) planejam apelar da decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou as provas do acordo de leniência da Odebrecht e criticou a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lava Jato, chamando-a de 'um dos maiores erros judiciários da história' e 'armação'. O recurso deve ser apresentado no início da próxima semana.

A informação é do Blog do Fausto Macedo, do Estadão.

Com a atuação das principais entidades das duas categorias, a decisão de Toffoli, emitida nesta quarta-feira (6), provavelmente será analisada pela Segunda Turma do STF. O colegiado é composto pelos ministros Kassio Nunes Marques, André Mendonça, Edson Fachin, Gilmar Mendes e Dias Toffoli.

Isso ocorre porque o despacho foi emitido como parte de uma reclamação. Esse tipo de ação pode resultar em uma decisão de mérito definitiva, como a proferida por Toffoli. Nesses casos, não é necessário que a decisão monocrática seja referendada, mas se houver um recurso, o caso é enviado ao colegiado.

A decisão de Toffoli, assinada nesta quarta-feira, segue a mesma linha de outros despachos que ele emitiu anteriormente no caso, mas é mais abrangente. Enquanto anteriormente o ministro havia declarado a inutilidade das provas em ações específicas envolvendo figuras conhecidas da Lava Jato, como Lula, o ex-governador Sérgio Cabral e o advogado Rodrigo Tacla Duran, agora todas as provas foram anuladas em todos os processos criminais, administrativos e cíveis em que essas provas tenham sido mencionadas.

No despacho, Toffoli anulou as provas decorrentes do acordo de leniência da Odebrecht. O impacto real da decisão do ministro ainda não está claro e dependerá das fundamentações das decisões dos juízes de primeira instância que mencionaram as informações relacionadas ao 'departamento de propinas' da empreiteira.