O ex-deputado estadual paranaense e ex-delator Tony Garcia mandou um recado a Sergio Moro nesta quinta-feira (28), logo após o ex-juiz refutar as acusações que pesam sobre ele.
Garcia, que afirma ter atuado como um "agente infiltrado" do então juiz Sergio Moro durante o período em que o atual senador ocupou o cargo de titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, recentemente entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um conjunto de documentos explosivos. Esses documentos revelam uma alegada tentativa de Moro de investigar ilegalmente desembargadores, juízes e ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), incluindo o uso de escutas telefônicas ilegais.
Neste material, estão registradas cerca de 30 tarefas que Moro teria designado a Tony Garcia como parte de um acordo para evitar sua prisão. Essas tarefas incluíam investigações de autoridades paranaenses com foro privilegiado, o que levanta questões sobre a legalidade, uma vez que essas investigações estavam fora da jurisdição de Moro como juiz.
Em resposta às acusações, Moro emitiu um comunicado ao portal G1, negando categoricamente todas as alegações e destacando que nenhuma das gravações entregues por Tony Garcia ao STF envolve pessoas com foro privilegiado.
"Tony Garcia é um criminoso condenado com uma sentença definitiva por fraude e apropriação indébita. Em 2004, ele fez um acordo de colaboração que envolveu a restituição de valores desviados do Consórcio Garibaldi e a realização de escutas ambientais autorizadas judicialmente, com a supervisão da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. Essas diligências ocorreram entre 2004 e 2005 e foram devidamente documentadas", afirmou o ex-juiz, que atualmente ocupa o cargo de senador.
Tony Garcia, então, recorreu às redes sociais para rebater Moro, dizendo que a cassação de seu mandato de senador e sua prisão são apenas uma questão de tempo. Ele o chamou de "covarde, criminoso e mentiroso contumaz".
Confira:
Entenda o caso
Tony Garcia, que afirma ter atuado como informante clandestino de Sergio Moro durante o período em que o hoje senador foi o titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, entregou recentemente ao Supremo Tribunal Federal (STF) um conjunto de documentos explosivos. Esses documentos revelam uma suposta tentativa de Moro de investigar ilegalmente desembargadores, juízes e ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), incluindo o uso de escutas telefônicas ilegais.
Os documentos fazem parte de um acordo de colaboração premiada firmado entre Tony Garcia e Sergio Moro em 2004. Até recentemente, esses documentos estavam sob sigilo na 13ª Vara Federal de Curitiba, mas o juiz Eduardo Appio decidiu levantar o sigilo, permitindo que Tony Garcia tivesse acesso a eles. Agora, esses materiais foram entregues ao STF por Tony Garcia com o objetivo de anular as ações de Moro contra ele.
O conjunto de documentos inclui cerca de 30 tarefas que Moro teria atribuído a Tony Garcia como parte do acordo para evitar sua prisão. Estas tarefas incluíam investigações de autoridades paranaenses com foro privilegiado, levantando questões sobre a legalidade, já que essas investigações estavam fora da jurisdição de Moro como juiz.
Os materiais entregues ao STF, que foram obtidos pela TV Globo, incluem até mesmo registros de conversas telefônicas entre Moro e Garcia, nas quais o ex-juiz pressionava pela execução de tarefas consideradas ilegais.
Em um trecho do acordo, fica evidente a intenção de Moro em obter informações sobre um advogado paranaense e um desembargador, mencionando a busca por uma fita cassete que, supostamente, conteria informações relevantes.
"O beneficiário [Tony Garcia] procurará obter a fita cassete junto a Nego Scarpin, onde constaria tal fato, podendo, neste caso, realizar escutas externas", diz um dos documentos.