Um dos principais líderes extremistas, aliado do clã Bolsonaro, no Congresso Nacional, Gustavo Gayer virou alvo de investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR) por falas racistas e pode perder o mandato.
No sábado (23), a PGR pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que Gayer deponha sobre falas preconceituosas contra africanos em junho, quando o bolsonarista afirmou que falta “capacidade cognitiva” a africanos para que entendam e vivam em um regime democrático.
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“Democracia não prospera na África. Para você ter uma democracia, você tem que ter o mínimo de capacidade cognitiva de entender entre o bom e o ruim, o certo e o errado. Tentaram fazer democracia na África várias vezes, mas o ditador tomou tudo. O Brasil está desse jeito”, disse o deputado ao podcast Três irmãos.
No programa, Gayer ainda concordou com uma fala do apresentador de que macacos teriam o QI maior que a de pessoas que nasceram em países da África.
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A ação da PGR foi proposta pelo ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, que também acionou a Polícia Federal pela fala racista.
Além de incorrer em flagrante desrespeito para com os povos africanos, Gayer ainda sugeriu que os eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva são burros. As falas do bolsonarista possuem clara conotação racista e podem configurar, inclusive, o crime de injúria racial, cuja pena, prevista na Lei 14.532/2023, é de 2 a 5 anos de prisão, além de multa.
Por causa da fala racista, a deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) protocolou junto ao Conselho de Ética da Câmara um pedido de cassação do bolsonarista. Caso seja condenado, Gayer pode perder o mandato.