"Grotesco espetáculo" foi a definição utilizada pelo Solidariedade-SP para caracterizar a participação do advogado Hery Kattwinkel na última quinta-feira (14), no Supremo Tribunal Federal (STF), quando defendeu o réu Thiago de Assis Mathar das acusações de crimes contra a democracia, dano qualificado e associação armada por conta dos atos golpistas de 8 de janeiro. A partir de tal avaliação, a legenda decidiu por expulsar o profissional dos seus quadros.
O defensor, em vez de defender seu cliente, que foi condenado a 14 anos de prisão, atacou o ministro Alexandre de Moraes, afirmando que o magistrado tem um "misto de raiva com rancor dos patriotas", e fez um discurso fraco, repetindo as teses bolsonaristas que circulam nas redes sociais. Em dado momento, Kattwinkel soltou uma pérola que vem gerando uma onda de memes nas redes sociais: confundiu a obra clássica "O Príncipe", do filósofo italiano Nicolau Maquiavel, com o romance "O Pequeno Príncipe", do francês Antoine de Saint-Exupéry.
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"Disse o pequeno príncipe: os fins justificam os meios. E podemos passar por cima de todos", disparou o advogado. "Os fins justificam os meios", na verdade, é uma frase presente na obra "O Príncipe".
Para o Solidariedade-SP, o problema não foi a fala atabalhoada, mas o que Kattwinkel disse com convicção. A legenda declara como inaceitáveis os ataques ao Judiciário e as menções a discursos de ódio.
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"O Sr. Hery Waldir Kattwinkel Júnior ocupou a tribuna do Supremo Tribunal Federal para protagonizar um grotesco espetáculo de ataques aos Ministros do Supremo Tribunal Federal, verbalizando e endossando o discurso de ódio, não raro permeado de fake news, que contaminou parte da sociedade brasileira", diz nota do partido divulgada para a imprensa.
Mandato de vereador cassado em Votuporanga
Hery Kattwinkel é natural de Votuporanga, município na região Noroeste do estado de São Paulo, e se define em seu perfil no LinkedIn como "um dos palestrantes de direito mais requisitados do mercado".
Bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas, o advogado foi eleito vereador em Votuporanga em 2016. Mas seu mandato foi cassado em 2018, por 11 votos a favor e 3 contrários, por ele ter advogado em uma ação que mirava a Prefeitura da cidade. Ele foi acusado de desrespeitar o regimento interno da casa.
Ele teria trabalhado no caso enquanto compunha a mesa diretora da casa, o que apresentaria um claro conflito de interesses. A sessão que o cassou durou cerca de 3 horas e reuniu aproximadamente 200 pessoas na Câmara Municipal de Votuporanga. Após a decisão, Alberto Casali (PSD) assumiu seu lugar.
No ano de 2022, se candidatou a deputado estadual pelo Solidariedade, mas não se elegeu.