MAURO CID

Bolsonaro está tão apático com delação de Mauro Cid quanto ficou quando perdeu para Lula

Aliados se espantaram com o desânimo do ex-presidente, que sei internou para duas outras cirurgias no intestino

Bolsonaro chora.Créditos: Reprodução de Vídeo
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se diz "decepcionado" com a delação de seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Ele diz a aliados que não contava com a "deserção" do tenente-coronel.

Apesar disso, o que tem espantado mesmo as pessoas próximas é o desânimo de Bolsonaro. Segundo um integrante da cúpula do PL, o ex-presidente exibe agora um abatimento comparável ao que apresentava nos dias que se seguiram à derrota para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no ano passado.

Segundo informações do Blog do Josias, ele confidenciou a correligionários o receio de que Bolsonaro decida submergir.

Ao menos quatro generais

A expectativa em torno da delação premiada do tenente coronel Mauro Cid tem provocado um misto de ansiedade e pânico na cúpula militar, especialmente entre generais da caserna que serviram no governo do ex-presidente.

Já é certo que Cid vai entregar ao menos quatro generais que ocupavam ministérios no governo Bolsonaro: Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional); Walter Braga Netto (Casa Civil, Defesa e vice na chapa em 2022); Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral da Presidência); e Eduardo Pazuello (Saúde, atualmente deputado federal pelo PL-RJ).

A ansiedade nas Forças Armadas, no entanto, se dá pela possibilidade de Cid envolver militares da ativa, entre eles o ex-comandante do Exército e ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, que teria escalado subordinados na pasta para auxiliar o "hacker" Walter Delgatti no documento que contesta o sistema de votação pelas urnas eletrônicas.

Como ajudante de ordens, Cid fazia a ponte de Bolsonaro com todos os ministros, incluindo Anderson Torres, da Justiça, pivô da minuta golpista.

Em sua delação, o tenente coronel se comprometeu a falar tudo o que sabe sobre a minuta golpista, o que pode implicar ainda mais militares.

Pelo documento, após o golpe e a instalação de um "Estado de Defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral", comandado por Alexandre de Moraes, seria formada uma  “Comissão de Regularidade Eleitoral” com 8 dos 17 representantes nomeados pelo ministro Paulo Sergio Nogueira, da Defesa.

A junta seria responsável por reverter o resultado das urnas e garantir a manutenção de Bolsonaro no poder.

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