DESDOBRAMENTO

Defesa da deputada Carla Zambelli exige acesso a inquérito para depor à PF

Advogado da parlamentar afirma que ela só falará sob condição de ter acesso aos autos da investigação

Carla Zambelli em reunião.Créditos: instagram/carla.zambelli
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Nesta semana, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) se tornou alvo de uma investigação da Polícia Federal (PF) após ser acusada de envolvimento em um suposto esquema de invasão de contas e disseminação de informações falsas. De acordo com as informações apuradas, Zambelli é acusada de ter contratado um hacker para invadir as contas do ministro Alexandre de Moraes e do Conselho Nacional de Justiça, com o intuito de disseminar mandados de prisão e soltura fraudulentos.

A defesa da parlamentar alega que, até o momento, não teve acesso aos autos do inquérito, o que pode impossibilitar uma manifestação adequada e completa de sua cliente. O advogado Daniel Bialski, que representa a deputada, afirmou que, se os documentos não forem disponibilizados até o fim da desta sexta-feira (4), ele orientará Zambelli a permanecer em silêncio durante o depoimento marcado para a próxima segunda-feira (7) na sede da Polícia Federal.

A situação enfrentada pela deputada é agravada pela recente operação da PF que a colocou no centro de uma investigação delicada. Segundo o hacker Walter Delgatti Neto, responsável pelo vazamento de mensagens da Operação Lava Jato, Zambelli teria encomendado a tentativa de invasão das urnas eletrônicas, o que não teria sido concretizado. No entanto, o hacker afirma que, por conta dessa tentativa frustrada, ele acabou invadindo o sistema do Conselho Nacional de Justiça.

Delgatti Neto também declarou à PF que, após saber da invasão ao CNJ, a deputada teria elaborado um mandado de prisão falso em nome do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Essas alegações têm gerado grande repercussão e colocam a deputada em uma situação de isolamento político, com poucos apoiadores dispostos a defendê-la publicamente.

Carla Zambelli, por sua vez, nega veementemente as acusações e reitera que não teve nenhum envolvimento em atividades ilegais ou antiéticas. Sua defesa argumenta que o acesso aos autos do inquérito é fundamental para que ela possa esclarecer os fatos adequadamente e apresentar sua versão dos acontecimentos.

Enquanto aguarda o desdobramento da investigação, a deputada vive um momento de grande pressão e incertezas, que pode repercutir em sua carreira política.