O ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), General Gonçalves Dias, humilhou o senador Sergio Moro (União-PR) durante o seu depoimento prestado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas nesta quinta-feira (31).
Inspirado por uma série de fake news bolsonaristas, que afirmavam que o GSI e, mais especificamente o General G. Dias, teriam atuado para permitir que a horda bolsonarista invadisse os Três Poderes, o senador Sérgio Moro sofreu uma série de respostas irônicas por parte do militar.
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Moro iniciou suas perguntas questionando se a principal missão do GSI é proteger o presidente da República e o Palácio do Planalto. De maneira irônica, G. Dias respondeu que tal atribuição faz parte "das competências" do órgão.
Em seguida, Moro afirmou ter informações de que o comando do Planalto tinha à sua disposição o batalhão da Guarda Presidencial, mas que eles só poderiam agir por demanda do GSI.
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"Isso foi uma resposta que o senhor recebeu do comando do Exército, de um ofício que o senhor enviou para lá. Sempre que o sensor aciona o Plano Escudo, o senhor solicita uma das tropas a serem disponibilizadas, além das outras; a solicitação é feita ao comando militar do planalto. Aliás, se o senhor observar, o plano Escudo é assinado pelo general Penteado e pelo general Dutra [...] O efetivo da Guarda Presidencial está sempre à disposição da Presidência da República", explicou Dias.
O ex-juiz insistiu na pergunta se a Guarda depende de uma provocação do GSI. Perdendo a paciência, Dias explicou como funciona: "Depois de acionado, quem faz a solicitação é a Secretaria de Segurança Presidencial e, mais especificamente, a Coordenadoria de Segurança de Instalações", afirmou.
Moro então começou a falar sobre trocas de mensagens relacionadas à necessidade de reforço e perguntou se houve ou não tal demanda. Dias afirmou não ter conhecimento de tais mensagens. Moro retrucou com uma provocação: "O senhor não era o ministro-chefe do GSI?".
"Eu era o ministro estratégico, você tinha o comando tático, e o senhor sabe disso porque comandou o Ministério [da Justiça]", respondeu Dias.
Diante dessa resposta, Moro afirmou que Dias estava desviando do assunto e disse que, se tivesse conhecimento [da possibilidade de invasão dos Três Poderes], teria tomado medidas para proteger o Planalto.
Sem paciência, G. Dias criticou Sergio Moro. "[O Palácio] foi tomado! Foi tomado, senador! Foi invadido por 5 mil manifestantes antidemocráticos, senador!", respondeu.
Dias e Moro entraram em um bate-boca, que foi logo interrompido pelo presidente da Comissão, o deputado Arthur Maia. ""Eu vou pedir aqui que o senador Moro faça a pergunta e que o senhor responda, para que não continuemos nesse impasse".
Por fim, Moro insinuou que o presidente Lula mentiu ao dizer que no dia 8 de janeiro houve um “apagão na segurança pública” ou que estava mal informado pelo GSI. Em resposta, o ex-juiz foi rebatido por G. Dias. "Excelente pergunta, senador. Teremos que perguntar ao presidente Lula", concluiu Gonçalves Dias.