O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Barbosa Cid, chegou à sede da Polícia Federal (PF) em Brasília às 10h desta segunda-feira (28), e só deixou o prédio às 20h, 10 horas depois.
Segundo informações do jornalista César Tralli, da GloboNews, Cid decidiu colaborar com as investigações, o que significa que, mais do que fazer uma delação premiada, ele deverá dar informações precisas, dar o “caminho das pedras” pra os policiais.
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Por conta da decisão do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, as investigações vão seguir daqui pra frente em sigilo absoluto.
Cúpula das Forças Armadas
Militares que acompanhavam o depoimento de Mauro Cid afirmaram ao blog de Valdo Cruz que as Forças Armadas “estão sangrando em praça pública”. Por conta disso, eles esperam que o ex-ajudante e ordens faça uma delação premiada e entregue os militares envolvidos em irregularidades e atos golpistas.
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Só assim, dizem, vai acabar esse clima de desconfiança dentro das Forças Armadas sobre quem colaborou e participou das articulações golpistas de Bolsonaro.
Mauro Cid
Mauro Cid está preso desde 03 de maio, sob a suspeita de que ele teria inserido dados falsos relativos à vacinação contra a Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde. Isso teria possibilitado a falsificação do seu cartão de vacinação, de seus familiares e de Bolsonaro.
O tenente-corone Mauro Cid era considerado por seus pares como um militar brilhante até virar ajudante de ordens de Bolsonaro e se envolver com vários escândalos, entre eles a tentativa de liberação de joias.
Indícios
De acordo com relatos da PF ao STF “foram identificadas, nos telefones celulares de Mauro Cesar Cid e Gabriela Santiago Cid, várias mensagens postadas em grupos e chats privados do aplicativo WhatsApp, em que os interlocutores, incluindo militares da ativa, incentivam a continuidade das manifestações antidemocráticas e a execução de um golpe de estado após o pleito eleitoral de 2022, inclusive com financiamento aos atos ilícitos”.
A PF disse ainda que “a milícia digital reverberou e amplificou por multicanais a ideia de que as eleições presidenciais foram fraudadas, estimulando aos seus seguidores "resistirem" na frente de quartéis e instalações das Forças Armadas, no intuito de criar o ambiente propício para uma intervenção federal comandada pelas forças militares, sob o pretexto de aturarem como um Poder Moderador, com base em uma interpretação peculiar do art. 142 da Constituição Federal”.
É filho do general Mauro Cesar Lourena Cid, que foi colega de Bolsonaro no curso de formação de oficiais do Exército. No governo passado, ele deixou de ser major para se tornar tenente-coronel e começou a atuar como ajudante de ordens do ex-presidente.
Assim, ele era responsável por executar as ordens do ex-presidente, cuidar de seus papéis, discursos e demandas pessoais, além de o acompanhar no Planalto, em viagens e até nos debates presidenciais de 2022.