O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) sofreu um duro revés financeiro a partir de uma decisão judicial que vem sendo considerada absurda. O parlamentar teve sua conta bancária zerada e ficou sem salário após uma multa de R$ 1 milhão aplicada pelo juiz Sergio Roberto Emilio Louzada, da 2ª Vara Cível de Nova Friburgo (RJ).
Louzada aplicou a multa contra Glauber Braga pelo fato do parlamentar ter convocado, através de suas redes sociais, um ato em solidariedade à deputada estadual Marina do MST (PT-RJ), que havia sido atacada por bolsonaristas em uma plenária realizada no dia 12 de agosto no distrito de Lumiar, em Nova Friburgo (RJ).
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A partir da convocação de Glauber, alguns moradores e e instituições da região entraram na Justiça para proibir a manifestação, ao que o juiz Louzada emitiu uma liminar atendendo aos pedidos. O deputado classificou a decisão como um "absurdo", desmarcou mobilização e, então, foi sozinho a Lumiar, no domingo (27), para conversar com a população sobre o caso.
Dois dias antes, no sábado (25), entretanto, o juiz já havia condenado Glauber Braga por "afrontar" sua decisão, determinando a aplicação da multa de R$ 1 milhão, o bloqueio de suas contas e o envio do caso para o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
Nesta segunda-feira (28), o deputado do PSOL se deparou com sua conta bancária totalmente zerada, pois a decisão judicial determinou o recolhimento de todo o seu salário para que a multa seja quitada.
"Não sou patrimonialista. O que recebo é utilizado pra pagar as minhas contas, da minha família e pra luta política. Agora, eu pergunto: é justo o juiz SERGIO LOUZADA me aplicar uma multa absurda de 1 milhão de reais e ir descontando cada real do salário até zerar a conta?", questionou o parlamentar através das redes sociais, junto a uma imagem que mostra seu extrato bancário.
"Agora 'só' devo novecentos e tantos mil. Isso é uma brincadeira de muito mal gosto. É na verdade um grave abuso. O motivo? Ele afirma que eu afrontei o judiciário ao dizer que o cancelamento do ato de solidariedade à deputada Marina do MST era um absurdo, por dizer que a nossa organização tinha que se manter ativa e íamos apresentar um recurso contra a arbitrariedade. A obrigação do juiz era garantir a realização do ato pacífico que vários coletivos estavam organizando contra a violência que sofreu a deputada", prosseguiu.
Recurso e ação no CNJ
À reportagem da Fórum, o deputado federal Glauber Braga informou que já entrou com recurso contra a decisão do juiz Sergio Roberto Emilio Louzada e que vai acionar o Conselho Nacional de Justiça contra o magistrado.
"Estamos recorrendo dessa decisão absurda. É um evidente abuso de autoridade. Além disso vamos representar contra esse juiz no Conselho Nacional de Justiça", declarou o parlamentar.