DEVASTAÇÃO

“O que Bolsonaro fez, especialmente na Cultura, foi muito grave”, diz ministra

Margareth Menezes esteve nesta quarta-feira (23) em Lisboa, para conversar com a comunidade artística que vive em Portugal, e contou o que encontrou no setor ao entrar no cargo

Ministra Margareth Menezes fala à imprensa em Lisboa.Créditos: Henrique Rodrigues/Revista Fórum
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De LISBOA | Durante sua visita a Lisboa, onde esteve nesta quarta-feira (23) para participar de uma roda de conversa com brasileiros que vivem em Portugal e atuam nas áreas artística e cultural, a ministra Margareth Menezes disse a jornalistas que o cenário encontrado em sua pasta, deixado pela gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), era “muito grave”. Ela explicou à imprensa, na frente da Casa do Brasil de Lisboa (CBL), uma entidade sem fins lucrativos constituída por imigrantes, que auxiliam e prestam assistência aos brasileiros que chegam ao território português para viver, que inúmeros problemas sérios, causados de forma proposital, foram constatados assim que ela foi investida no cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Questionada pela reportagem da Fórum se o cenário encontrado poderia ser chamado de “devastador”, a ministro concordou e ainda detalhou o que viu ao chegar ao local de trabalho.

“Sim, e sabe por quê? Nós acreditamos nisso porque a primeira orientação que o presidente Lula nos determinou foi de fazer um diagnóstico, todos os ministros fizeram esse diagnóstico, e o que nós encontramos lá em todos os diagnósticos o mesmo modus operandi de desligamento das ações, e nas partes internas também, no funcionamento das áreas internas também, totalmente desorganizado... Então isso foi latente, nós fizemos esse diagnóstico e está aí para a sociedade tomar conhecimento, havia um passo a passo, especialmente no Ministério da Cultura, foi muito grave... Foi deliberado, e nós temos exemplos muito fortes, né? A Biblioteca Nacional, a Fundação Palmares, que foram depredadas mesmo... Por exemplo, o Ibran e o Iphan, as obras e as recuperações todas deixadas pelo meio do caminho, o desligamento das informações, dos contratos dos patrocinadores para a Receita Federal... Nós encontramos todo tipo de coisa dentro do ministério, então precisa de reconstrução. Tudo isso que estamos fazendo em oito meses, que completa agora, é uma entrega potente para aquilo que nós tínhamos encontrado lá”, desabafou Margareth Menezes.