De acordo com informações do Fantástico, da TV Globo, o Rolex recebido de presente pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi feito sob encomenda, de acordo com o perito que analisou a peça na Polícia Federal (PF).
O governo presidido por Jair Bolsonaro recebeu conjuntos de joias, sendo um feminino e dois masculinos, um em ouro branco e o outro em ouro rosé. Cada conjunto incluía uma caneta, abotoaduras, um anel, um rosário islâmico e um relógio.
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Dentro do kit de ouro branco, encontra-se um Rolex que apresenta uma luneta incrustada com 184 diamantes, e o mostrador, feito em madrepérola, substitui os números por pedras preciosas. Tanto as peças masculinas quanto as femininas contidas nos conjuntos possuem diamantes. Destaque vai para a caneta do kit de ouro branco, avaliada em R$ 100 mil, que possui incríveis 1.120 pedras cravadas.
Os relógios de alta precisão contam com gemas preciosas em seus mecanismos internos, como é o caso dos rubis presentes no Rolex. Esse uso se deve ao fato de que essas pedras não sofrem oxidação. A perícia realizada evidenciou que os relógios possuem múltiplas camadas de segurança, incluindo números de série e símbolos gravados nas peças, que certificam a autenticidade dos itens.
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O relógio mais valioso dentre os conjuntos é o de ouro rosé, da marca Chopard, que tem um valor estimado de R$ 695 mil. Essa peça foi recebida em outubro de 2021, durante a viagem do então Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, à Arábia Saudita. Segundo Wilson Akira Uezu, especialista forense, apenas 25 unidades deste relógio foram produzidas, o que, segundo ele, inevitavelmente contribui para o alto valor de mercado.
A peça Rolex em questão é um relógio personalizado, parte de uma série especial, e apresenta um calibre, ou seja, um mecanismo especial. Uezu explicou que a identificação do relógio foi relativamente simples: "Nesse caso foi muito fácil a gente identificar o relógio."
Peça vendida por Mauro Cid
O conjunto de ouro branco foi presenteado a Bolsonaro durante uma visita à Arábia Saudita em 2019. As partes das joias foram desmontadas e posteriormente reunidas durante a investigação conduzida pela Polícia Federal.
No ano de 2022, os conjuntos foram transportados para o exterior por meio de um voo oficial. Na Pensilvânia, nos Estados Unidos, Mauro Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, vendeu tanto o Rolex quanto outro relógio da marca Patek Philippe. A procedência deste último relógio é incerta. Ambos os itens foram comercializados por US$ 68 mil, no entanto, a Polícia Federal avaliou o Rolex em US$ 75 mil.
Os fundos resultantes da venda foram depositados na conta do pai de Cid, o general Mauro Lourena Cid, nos Estados Unidos, e gradualmente transferidos para o Brasil.
Por outro lado, o conjunto de ouro rosé foi encaminhado a uma casa de leilões em Nova York, onde, em março, foi resgatado pelo grupo liderado pelo coronel Cid e entregue ao TCU (Tribunal de Contas da União).
O advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef, empreendeu esforços para recomprar os relógios que foram vendidos, mas apenas conseguiu recuperar o Rolex. A outra peça ainda permanece desaparecida.