CASA CAINDO

STF forma maioria e Carla Zambelli vira ré por porte ilegal de arma de fogo

Em 2022, a deputada perseguiu um apoiador do presidente Lula com pistola em punho às vésperas da eleição

Momento em que Carla Zambelli perseguiu apoiador de Lula com arma em punho.Créditos: Reprodução
Escrito en POLÍTICA el

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) se tornará ré por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo. Nesta sexta-feira (18), os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) formaram maioria para receber a denúncia feita contra a parlamentar.

A acusação foi feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em relação a um acontecimento de outubro do ano passado. Na ocasião, Zambelli perseguiu o jornalista Luan Araújo, apoiador do então candidato à presidência Lula, às vésperas do segundo turno das eleições com uma arma em punho, após os dois discutirem na rua.

Ajude a financiar o documentário da Fórum Filmes sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. Clique em http://benfeitoria.com/apoieAto18 e escolha o valor que puder ou faça uma doação pela nossa chave: pix@revistaforum.com.br.

Como pena, a PGR pede que a deputada pague uma multa de R$ 100 mil por danos morais coletivos e tenha seu porte de armas cancelado, além de perder a arma de fogo utilizada no crime. A PGR entende que Zambelli só poderia usar a arma para sua defesa pessoal e não para “constranger a liberdade do interlocutor”.

O julgamento

O placar atual das deliberações é de 6 a 1. O relator Gilmar Mendes e mais cinco ministros – Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Edson Fachin, Cristiano Zanin e Luís Roberto Barrosovotaram pela aceitação da denúncia. Mendes ressaltou que ainda que Carla Zambelli “tenha porte de arma, o uso fora dos limites da defesa pessoal, em contexto público e ostensivo, ainda mais às vésperas das eleições, em tese, pode significar responsabilidade penal”.

O ministro André Mendonça divergiu da maioria, por entender que não cabe ao Supremo analisar a denúncia. Ele votou pelo envio das acusações à Justiça de São Paulo, argumentando que os aspectos que envolvem o fato denunciado “não chegam a configurar relação verdadeira e direta com o desempenho da atividade funcional da parlamentar” e, por isso, Zambelli não deveria ser julgada com foro parlamentar.

A acusação está sendo julgada no Supremo através do plenário virtual. Nessa modalidade, os ministros inserem os votos em um sistema eletrônico e não há deliberação presencial. Restam os votos dos ministros Luiz Fux, Dias Toffoli, Nunes Marques e Rosa Weber, que têm até a próxima segunda-feira (21) para votar.