Em entrevista ao Estadão publicada nesta quarta-feira (16), a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPMI dos Atos Golpistas, foi direta ao comentar o papel do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas mobilizações golpistas que se iniciaram logo após o segundo turno das eleições e se estenderam até a depredação registrada em 8 de janeiro em Brasília. Para a relatora, “Bolsonaro era o comandante máximo desse processo”.
Ela aponta que Bolsonaro usou de sua posição como autoridade máxima do país para instigar as manifestações que, em tese, o manteriam no poder à revelia dos resultados eleitorais. Nesse sentido, Eliziane Gama sinaliza que ao final da CPMI dos Atos Golpistas, o relatório provavelmente pedirá o indiciamento de Bolsonaro.
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“No caso do Bolsonaro, para além da questão do financiamento, a gente precisa também entender a autoria intelectual. Ele era o maior formador de opinião do Brasil. E a gente precisa também responder à pergunta: quem planejou? Quem instigou o 8 de janeiro? O indiciamento é muito possível exatamente por isso”, afirmou.
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A declaração vem no contexto de um outro escândalo protagonizado pelo ex-presidente inelegível que ainda não está sendo investigado pela CPMI: a chamada ‘organização criminosa’ de Bolsonaro que desviava joias presenteadas à União para vendê-las nos EUA. O esquema, de caráter cívico-militar, conta com uma série de militares que estiveram lotados na Ajudância de Ordens e eram subordinados ao tenente-coronel Mauro Cid, além de aliados e entorno do ex-presidente.
“O que a gente precisa entender é se esse dinheiro, que foi fruto dessa negociação desses objetos luxuosos, também serviu para financiar os atos golpistas”, explicou a senadora.