ATOS GOLPISTAS

Alexandre de Moraes atende bolsonaristas e inclui Gdias nas investigações sobre o 8 de janeiro

O general Gonçalves Dias, da reserva, assumiu o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de Lula logo após a posse e foi demitido quando acusações saíram na imprensa

O general Gonçalves Dias.Créditos: Divulgação
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu a um pedido do partido Novo e incluiu o general Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de Lula, nas investigações que apuram a participação de militares nos atos golpistas de 8 de janeiro em Brasília.

A inclusão de Gdias na investigação, assim como uma possível convocação dele à CPMI dos Atos Golpistas, é defendida pela ala bolsonarista do Congresso Nacional. O principal objetivo do setor é provar sua narrativa de que a intentona golpista de 8 de janeiro teria sido arquitetada pelo Governo Lula para perseguir o ex-presidente e seus apoiadores.

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Segundo o pedido do Novo, Gdias teria sido omisso em relação ao seu dever como ministro-chefe do GSI em garantir a segurança e a proteção das sedes dos três poderes, em especial o Palácio do Planalto. A legenda pediu que o general da reserva seja investigado criminalmente.

Em sua apreciação do pedido do Novo, a Procuradoria-Geral da República anotou que já possui uma investigação para apurar a participação de militares no 8 de janeiro. Segundo a PGR, o comportamento do general durante os ataques chamou a atenção em diversos depoimentos colhidos no âmbito da investigação.

Moraes então reconhece o argumento da PGR e determina que a Polícia Federal “adote as providências cabíveis” para incluir Gdias na investigação. O general foi demitido pelo Governo Lula em 17 de abril, logo após as imagens internas que o mostram dando água para golpistas que atacavam o Planalto serem divulgadas pela imprensa.

Os militares do GSI que estavam no Planalto durante o 8/1

Marco Edson Gonçalves Dias

General de divisão da reserva, Gonçalves Dias foi o ministro-chefe do GSI até o último dia 19 de abril, quando entregou o cargo após o escândalo. Nas imagens ele circularia entre os bolsonaristas, cumprimentando e conduzindo os invasores dentro do Planalto. Em sua defesa, Gonçalves Dias afirmou que estava conduzindo os invasores ao segundo andar do Palácio, onde seriam presos.

Carlos Feitosa Rodrigues

General de divisão, atuou como secretário de Segurança e Coordenação Presidencial até o último 23 de janeiro. Ele foi nomeado por Jair Bolsonaro (PL) em maio de 2021. Antes disso, entre 2019 e 2020, comandou a 16ª Brigada de Infantaria de Selva em Tefé, no Amazonas.

Wanderli Baptista da Silva

Coronel do Exército, atuou como diretor-adjunto do Departamento de Segurança presidencial até o último dia 31 de março. Em 2005 comandou a Operação Pacajá, que buscava controlar conflitos decorrentes do assassinato da freira Dorothy Stang, no Pará.

Alexandre Santos de Amorim

Coronel do Exército, segue no cargo de coordenador de Avaliação de Riscos.

André Luiz Garcia Furtado

Coronel do Exército da reserva, também continua com seu cargo no GSI. Ele é coordenador-geral de Segurança em Instalações. Foi nomeado em abril de 2020 por Augusto Heleno, o ministro-chefe do GSI de Bolsonaro. Entre 2009 e 2011 integrou comitivas presidenciais de Lula e Dilma Rousseff (PT).

Alex Marcos Barbosa Santos

Tenente-coronel do Exército, é adjunto da Coordenação-Geral de Segurança de Instalações. Chegou ao GSI em 2019 após passagem pelo Batalhão da Polícia do Exército em Brasília.

Marcus Vinícius Brás de Camargo

Tenente-coronel do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, é chefe da Assessoria Parlamentar do GSI. Foi nomeado em primeiro de janeiro deste ano, após a posse de Lula (PT). Antes da nomeação, foi chefe da assessoria parlamentar do Corpo de Bombeiros do DF.

José Eduardo Natale de Paula Pereira

Major do Exército, foi exonerado em 3 de fevereiro de 2023 do cargo de coordenador da Segurança de Instalações Presidenciais. Ele aparece nas imagens dando água a golpistas que invadiam o Planalto. Integrou equipes de viagem de Jair Bolsonaro e seu vice, Hamilton Mourão.

Adilson Rodrigues da Silva

Capitão do Exército da reserva, Adilson segue no cargo de auxiliar da Coordenação-Geral da Segurança de Instalações. Está no GSI desde 2021.

Laércio da Costa Júnior

Sargento da Aeronáutica, está no GSI desde outubro de 2020 onde atua como encarregado de Segurança de Instalações do Palácio do Planalto. Segue no cargo.