O nome do advogado Frederick Wassef, que faz a defesa da família Bolsonaro, aparece nos recibos de recompra do relógio Rolex de ouro branco cravejado de diamantes que havia sido vendido pela Organização Criminosa na loja Precision Watches, da Pensilvânia, nos Estados Unidos.
O documento faz parte da investigação da quadrilha que vendeu joias recebidas por Jair Bolsonaro (PL) em viagens oficiais no Oriente Médio. Além de Wassef, que teria tido "papel principal" na OrCrim, o grupo incluia ainda o ex-ajudante de ordens da Presidência, o tenente coronel Mauro Cid, o pai dele, o general da reserva Mauro Lourena Cid, e um subordinado na ajudância de Bolsonaro e também assessor de Bolsonaro, o segundo tenente Osmar Crivellati.
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A operação para recompra do kit de joias contendo um anel, abotoaduras, um rosário islâmico (“masbaha”) e o relógio da marca Rolex é detalhado pela PF e consta na decisão de Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a operação na última sexta-feira (11).
O alerta foi dado em 8 de março de 2023, diante de especulações de uma possível ação da PF no bunker montado na fazenda do ex-piloto Nelson Piquet, em Brasília, para guardar objetos surrupiados do acervo da Presidência da República.
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Mauro Cid teria contatado Crivellati, que ficou responsável pelos objetos no bunker, falando sobre uma possível medida do Tribunal de Contas da União para entrega do relógio, que já havia sido vendido pelo grupo.
A articulação ocorreu em um grupo no WhatsApp chamado "Kit de Ouro Branco" com Cid, Crivelatti e o também ex-assessor de Bolsonaro, Marcelo Câmara.
Além do relógio vendido na loja da Pensilvânia, o restante das peças estavam à venda em lojas do complexo Seybold Jewelry Building, em Miami.
Alertado por Fabio Wajngartem, ex-Secretário de Comunicação da Presidência e também assessor de Bolsonaro, de que o TCU pediria as peças, Cid entrou em contato com Wassef para encomendar a missão de recompra do Rolex.
Wassef embarcou para os EUA em 11 de março rumo a Fort Lauderdale, na Flórida, e voltou ao Brasil no dia 29 de março, já com o relógio recomprado.
Em conversa com Cid no dia 15 de março, Wajngarten critica Wassef e o "gênio" Câmara, que "contaminaram tudo", em relação à demora na recompra do Rolex, que foi devolvido ao TCU por Crivelatti.