Nesta sexta-feira (11), durante lançamento do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em solenidade no Theatro Municipal, no Rio de Janeiro (RJ), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quebrou o protocolo para dar uma lição de civilidade à plateia que vaiou políticos de oposição.
"A gente precisa aprender algumas lições. Quando realizamos um evento como este, não é só para o governo ou para o PT. Este evento pertence à sociedade brasileira e precisamos incluir pessoas que fazem parte dessa sociedade. O governador do Rio de Janeiro não está aqui porque quis, ele está aqui porque o convidamos. Os outros governadores também estão aqui porque foram convidados. Eu me sentiria muito desanimado se estivesse em um evento em Goiás, convidado por Caiado, e fosse vaiado. Me sentiria constrangido. Não é o governador, o deputado ou o prefeito que está aqui, é a instituição do Estado", ponderou o presidente.
Lula destacou ainda a presença da ex-presidenta Dilma Rousseff na solenidade e disse que ambos, com suas experiências na Presidência da República, sentiam-se incomodados com o comportamento hostil contra convidados em solenidade semelhantes. Ele também fez menção direta ao presidente da Câmara, Arthur Lira, que foi vaiado junto com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro.
"Lira é nosso adversário desde a fundação do PT e continuará sendo. Temos momentos de campanha em que trocaremos xingamentos, falaremos mal um do outro, mas quando a eleição termina e cada um assume sua posição, ele não está aqui como Arthur Lira, ele está como presidente de uma instituição. Uma instituição que precisa mais do poder Executivo do que o contrário. Não é Lira que precisa de mim, sou eu que envio os projetos da sociedade, sou eu que preciso dele para levá-los a votação", comentou o presidente.
A fala de Lula arrancou aplausos e risadas da plateia. Ele ainda fez uma comparação às táticas do movimento sindical, quando o patrão é xingado na porta das fábricas, mas quando é preciso sentar à mesa para negociar isso ocorre de forma civilizada.
"Esse é o comportamento que consolida o processo democrático neste país; a coexistência democrática na adversidade", concluiu o presidente.
Novo PAC
A solenidade de lançamento do Novo PAC contou com a presença de mais de 800 convidados, foi realizada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
O Novo PAC prevê investimentos federais de R$ 371 bilhões para os próximos quatro anos além da execução de duas mil obras, 300 delas indicadas por governadores e 1,7 mil pelo governo federal. A previsão é que o total investido chegue a R$ 1,7 trilhão em quatro anos, incluindo investimentos da Petrobras.
O Novo PAC contemplará as seguintes áreas:
- Transportes
- Infraestrutura urbana
- Água para todos
- Inclusão digital
- Transição e segurança energética
- Infraestrutura social
- Defesa
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(A partir de 2h37)