O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ameaçou o ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, dizendo que o cargo que ele ocupa no governo "tem prazo de validade" durante entrevista ao Roda Viva na noite desta segunda-feira (31).
Indagado sobre "o que precisa melhorar na relação do Planalto com a Câmara", Lira atacou Padilha e chegou a sinalizar que teria pedido a cabeça do ministro.
Te podría interesar
"A relação tem melhorado bastante, e todos nós sabemos que o cargo que o ministro Padilha ocupa tem muito prazo de validade", iniciou.
De forma descarada, Lira afirmou que Padilha "é um bom cara, um bom companheiro, mas as coisas não estavam andando, não estavam acontecendo e aí vai desgastando a finalidade para qual o cargo dele se dispõe".
Te podría interesar
Ceivado por Jair Bolsonaro (PL) com o chamado orçamento secreto, quando dispunha de poder sobre o orçamento para liberação de verbas via emendas do relator, Lira citou abertamente o "loteamento dos ministérios" e a liberação de verbas para os deputados votarem com o governo.
"O ministro Padilha, assim como todos, sofreu muito dificuldade. Por que sofreu dificuldade? Vamos voltar para o velho problema? Loteamento de ministérios. Cada partido é dono do seu quinhão. Cada ministro ou responde a um partido ou alguma liderança nacional que o indicou. Muitas vezes, o ministro acertava determinada situação com determino partido ou parlamentar e não cumpria", afirmou.
"O que tem que existir é senta, conversa, resolve e cumpre. É Isso é o que tem que existir em uma secretaria de Relações Institucionais e em uma secretaria de governo que trata dos interesses do Executivo com a base no Congresso", disse ainda o presidente da Câmera.
Em seguida, Lira citou a intervenção feita por Lula, que em reunião com ministros determinou que a articulação do governo com o Congresso seria feita somente por Padilha, após a proposta passar por Rui Costa, na Casa Civil.
"O presidente Lula teve que fazer uma reunião que durou mais de 10 horas com todos os ministros, onde ele cacifou a parte de organização do governo, do ministro Rui Costa, dizendo que nenhum projeto ou vontade própria de ministério poderia nascer sem passar pela Casa Civil e que o ministro Padilha era o autorizado do presidente da República para tratar dos assuntos do Congresso e que se determinada pasta não o atendesse, o presidente faria por cima do ministro", disparou Lira.
"Eu acho que o presidente deveria ser até mais radical. Se o ministro não cumpre a hierarquia da organização administrativa do governo, ele tem que ser afastado", emendou.