FLÁVIO DINO

Flávio Dino faz a defesa da delação premiada “bem feita” e não a “usada indevidamente”

Sem citar nomes, ministro refutou argumentos usados por detratores, entre eles Deltan Dallagnol e Sérgio Moro

Flávio Dino no programa Bom dia, Ministro.Créditos: Reprodução de Vídeo
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O ministro da Justiça e da Segurança, Flávio Dino, fez uma ampla defesa do uso da delação premiada esta quarta-feira (26), em entrevista ao vivo no YouTube, no programa "Bom dia, ministro!".

Dino afirmou ainda que que virão nas próximas semanas novidades na investigação dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, após a delação do ex-policial militar Élcio de Queiroz.

Segundo ele, “a delação é positiva quando ela é bem feita, cuidadosa, nos termos da lei, e às vezes ela foi usada indevidamente. Essa é a diferença muito profunda entre o cumprimento da lei que nós orientamos em relação às polícias e o que houve em outros momentos da vida brasileira”.

Sem citar nomes, ao mesmo tempo em que criticou os métodos usados por atores da operação Lava Jato, Dino refutou argumentos usados durante a semana por detratores, entre eles o ex-procurador Deltan Dallagnol e o ex-juiz Sérgio Moro.

“Quando você tem um objeto ou um construto cultural: uma faca. Uma faca pode servir para você fazer um churrasco, que é bom, eu gosto, e a faca pode servir para cometer um crime. Então, o mesmo objeto pode ser para o bem, pode ser para o mal, depende de como você utiliza. Então, é o caso da delação premiada. Você pode usar corretamente, como nós estamos usando, com os cuidados técnicos, não há coação, não há chantagem, há respeito a direto de defesa e há a prova de corroboração. Ou seja, ele disse ‘pegamos um táxi’. A polícia vai lá e verifica que de fato ele pegou o táxi, aí produz a prova autônoma, documental, de que ele pegou o táxi. Então é muito diferente. Essa simetria, essa metáfora que fiz em relação à faca ou qualquer outro objeto dessa natureza, do machado, serve exatamente para compreender que a delação é positiva quando ela é bem feita, cuidadosa, nos termos da lei, e às vezes ela foi usada indevidamente. Essa é a diferença muito profunda entre o cumprimento da lei que nós orientamos em relação às polícias e o que houve em outros momentos da vida brasileira”, afirmou Dino.

Fatos novos nas próximas semanas

O ministro disse ainda que “até 48 horas atrás, até 72 horas atrás, o que havia publicamente era uma tese de negativa de autoria. Então, agora, a materialidade e a autoria fixadas, e evidentemente, há outros fatos novos que vão surgir nas próximas semanas a partir do conteúdo dessa delação. Agora, nós temos uma orientação clara, a Polícia Federal, que trabalha com independência técnica, de ter todos os cuidados legais para garantir uma investigação bem feita. E essa investigação bem feita indica que só há revelação do conteúdo de uma delação ou colaboração premiada quando há a chamada prova de confirmação ou de corroboração. Então, a partir da narrativa de um dos autores, que é o senhor Élcio (de Queiroz), há a produção de outras provas que confirmam aquilo que ele está narrando, que está afirmando. Então, a Polícia Federal, e o Ministério Público estão trabalhando nesse momento, há outros anexos na delação. Nas próximas semanas, com certeza, vamos avançar ainda mais. Eu não posso prever porque eu não tenho conhecimento dos autos, porque não é meu papel”.

“O delegado que está lá conduz, os delegados conduzem. Não há interferência política em investigação. Mas posso afirmar sim que há um trabalho e que mais resultados positivos virão como esse resultado que foi revelado na segunda-feira”, encerrou Dino.

Veja o programa na íntegra abaixo: