Presidente do PL, partido que acolheu Jair Bolsonaro (PL) e a horda da extrema-direita nas eleições de 2022, Waldemar da Costa Neto afirmou em entrevista a Julia Chaib e Marianna Holanda, na edição desta segunda-feira (24) da Folha de S.Paulo, que o ataque promovido pelo empresário Roberto Mantovani e a esposa, Andréia Munarão, a Alexandre de Moraes no aeroporto de Roma foi uma "reação" à perseguição da Justiça Eleitoral e do próprio ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) ao ex-presidente e à direita no país.
"Eu acho que o TSE está agindo mal com o Bolsonaro por ter deixado ele inelegível. O pessoal da direita acompanha isso. E daí reage", disse.
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Para embasar sua tese, Costa Neto citou o valor da multa de R$ 22,9 milhões aplicada por Moraes à tentativa do PL de contestar a eleição - que na soma dá 13, número do PT - e a data marcada para o julgamento, que deixou Bolsonaro inelegível.
"O Alexandre de Moraes não me respondeu nada e me deu uma multa de R$ 22,9 milhões. É isso que o pessoal da direita não se conforma. Por isso que atacam ele [Alexandre]. Um partido levar uma multa dessa? E R$ 22,9 milhões, que são dois mais dois, mais nove, que é o número 13, do PT. Que engraçadinho. Eles devem achar muito gozado isso aqui. Aí vão julgar o Bolsonaro, tem tantos dias para escolher do mês, ele escolhe o dia 22 [número do PL]. Isso, o cara do PL, da direita, que fez isso com ele [agrediu Moraes] lá na Itália, acompanha. Esse é o problema. Não somos nós que fazemos campanha contra ele. Ele [o apoiador de Bolsonaro] vê um negócio desse e não se conforma", disse Costa Neto.
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O presidente do PL afirma ainda que Bolsonaro foi "injustiçado" com a cassação de seus direitos políticos e que isso também motiva os ataques de extremistas da direita.
"Bolsonaro é perseguido, lógico. Foi perseguido pelo TSE, foi injustiçado. Ele jamais podia ficar inelegível. Isso o camarada da direita vê. Eles são esclarecidos, gente de opinião", afirmou.
Costa Neto ainda negou que o comportamento de Bolsonaro tenha incitado o levante golpista e que não houve tentativa de golpe no dia 8 de Janeiro.
"Ali não, porque ninguém dá golpe com um pedaço de pau na mão. Golpe é com metralhadora, com tanque de guerra. Chamam de golpista o pessoal do 8 de janeiro e a maioria ficou gritando ‘não quebra’. O PT que tinha que ter posto policiamento lá. Gente ruim tem em todo lugar e essa gente tem que pagar".