O ex-deputado federal Daniel Silveira (expulso do PTB-RJ), que cumpre pena de 8 anos e 9 meses de prisão em Bangu 8 por ameaçar ministros do Supremo Tribunal Federal, agora faz drama nas redes sociais – através da sua defesa pois ele próprio está proibido de acessá-las – em busca de promover uma vaquinha online em seu benefício.
O advogado Paulo Faria, que defende Silveira, é o autor da postagem. “Vamos devolver a dignidade ao nosso herói Daniel Silveira e sua família?”, questiona. Faria defende que seu cliente está preso ilegalmente e, com todos os bens bloqueados, passaria por “dificuldades inimagináveis, que atingem em cheio a sua dignidade e de sua família”, diz.
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No texto que acompanha a publicação, o advogado diz que o dinheiro arrecadado será usado para comprar alimentos a Silveira e bancar o transporte das suas visitas familiares de Petrópolis, onde moram, para Bangu, no subúrbio do Rio de Janeiro, onde o ex-parlamentar está preso. O advogado ainda diz que a família está com necessidade de consertar o portão da residência e comprar uma máquina de lavar roupas, em tentativa de convencer os apoiadores a doarem para “resgatar a dignidade” da família.
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“Hoje Daniel conta com ajuda de alguns poucos amigos, que conseguimos contar nos dedos de uma das mãos e ainda sobram”, diz o advogado.
Zambelli também pediu
A conduta de dramatizar uma perseguição para promover vaquinha virtual já foi verificada recentemente por parte de outra bolsonarista, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Em poucos dias, ao longo do último mês de maio, ela arrecadou mais de R$ 168 mil para suas despesas processuais - sendo que recebe R$ 41 mensais na Câmara dos Deputados.
A deputada, entretanto, pode ser obrigada a devolver aos doadores todo esse montante. Isso porque a 14ª Vara Federal do Distrito Federal recebeu uma ação popular protocolada pelo advogado Amaury Soares Marques Junior contra a arrecadação virtual de Zambelli. Segundo Marques Junior, a iniciativa da parlamentar, apesar de não ser ilegal, é imoral, e há normas que vedam a arrecadação de dinheiro por parte de agentes públicos.
Prisão de Daniel Silveira
Daniel Silveira descumpria uma série de ordens judiciais derivadas do indulto que recebeu do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele violou a tornozeleira eletrônica imposta pelo STF e seguia utilizando redes sociais, contrariando a Corte. Quando o STF revogou o indulto do antecessor, em maio passado, a Polícia Federal rapidamente reconduziu Silveira para a cadeia.
Ele havia sido condenado a 8 anos e 9 meses de prisão no ano anterior por incitar violência e ameaçar ministros do STF, em especial Alexandre de Moraes, que recentemente sofreu um ataque de bolsonaristas no aeroporto de Roma. Chegou a ser preso, mas logo acabou solto por conta o indulto presidencial que recebeu.
Silveira lançou-se na política como um ferrenho bolsonarista nas eleições de 2018. Em outubro daquele ano, viralizou nas redes sociais ao lado de Rodrigo Amorim, então candidato do PSL e hoje deputado estadual pelo PTB-RJ, quebrando uma placa em homenagem a Marielle Franco, vereadora carioca morta meses antes por Ronnie Lessa, um miliciano que era vizinho de Bolsonaro à época.