A Polícia Federal determinou, por meio de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) que o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, devolve os salários que recebeu como delegado federal no período em que esteve preso. Ao todo, Torres esteve detido por 117 dias, acusado de ser omisso em relação aos atos golpistas de 8 de janeiro que destruíram as sedes dos três poderes em Brasília.
Torres ganha todo mês um salário de aproximadamente R$ 30 mil reais como delegado federal. O total requisitado de volta pela PF está na casa dos R$ 120 mil. Ainda não há maiores informações sobre como e quando os valores serão devolvidos.
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O bolsonarista é acusado de cometer ilegalidades pelo processo interno da corporação. A decisão que pede a devolução dos salários se baseia em nota técnica do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, de 2013, que prevê, em caso de prisão preventiva, suspender os pagamentos do servidor.
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O advogado Eumar Novacki, que representa Torres, disse ao jornal O Globo que desconhece a decisão, mas que se a informação for procedente, tomará as medidas cabíveis assim que notificado.
Torres acabava de tomar posse como secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e estava de férias com a família na Flórida, nos EUA, em janeiro, quando ocorreram os ataques. Ele seguia por lá dias depois, quando teve sua prisão decretada. Na volta para o Brasil, foi preso. Ele é acusado de sabotar os esquemas de segurança da capital que buscavam resguardar a cidade de possíveis ataques golpistas.
No último mês de maio o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, decidiu por soltar Torres. Ele considerou que manter o bolsonarista preso não seria mais necessário ao prosseguimento das investigações. Torres agora está usando tornozeleira eletrônica e proibido de deixar sua residência no período noturno e aos finais de semana, além de também não poder manter perfis nas redes sociais ou contato com outros investigados.