EX-JUIZ

VÍDEO - Rogério Corrêa coloca Moro em seu devido lugar na CPMI dos Atos Golpistas

Ex-juiz da Lava Jato fez apelo em defesa de Mauro Cid por respeito à sua família e foi lembrado de medida desumana que tomou contra Lula no passado

Serio Moro (União Brasil-PR), senador e ex-juiz da Lava Jato.Créditos: José Cruz/ Agência Brasil
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O ex-juiz da Lava Jato e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR) foi colocado em seu devido pelo deputado federal Rogério Corrêa (PT-MG) durante a sessão da última terça-feira (11) da CPMI dos Atos Golpistas, que tentou ouvir o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Durante sua intervenção, Moro se mostrou muito incomodado com os comentários de parlamentares que apontam possíveis crimes de Cid contra a saúde de suas filhas no âmbito do esquema de fraudes em cartões de vacinação. Também se incomodou aqueles que acusaram Cid de trair o próprio pai em detrimento de Bolsonaro.

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O ex-juiz ainda se mostrou contrário à convocação de familiares de Cid, como sua esposa Gabriela Cid, para esclarecer este e outros episódios. Mas não ficou barato. Uma rápida resposta de Rogério Corrêa relembrou o episódio em que Lula (PT) foi proibido pelo ex-juiz de ir no enterro do seu neto e colocou Moro em seu devido lugar, questionando-o se sua "preocupação com as famílias" não seria demasiadamente seletiva.

“Ver aqui o ex-juiz Sergio Moro falar em respeito à família... eu perguntei e até hoje ele não respondeu se já devolveu o iPad do neto de Lula, que depois veio a morrer e que ele não queria nem que fosse visitar, assim como o irmão dele. Agora vem falar de respeito à família. Ah, sinceramente”, exclamou Corrêa.

Assista

Deboche da Lava Jato com perdas de Lula

Moro foi flagrado pela série jornalística Vaza Jato, ao lado do hoje ex-deputado federal Deltan Dallagnol, fazendo deboche das mortes de parentes do presidente Lula em mensagens no Telegram.

Quando a ex-primeira-dama Marisa Letícia sofreu um AVC em 2017, pouco antes de falecer, Dallagnol escreveu a seguinte mensagem aos seus colegas de Lava Jato: “Um amigo de um amigo de uma prima disse que Marisa chegou ao atendimento sem resposta, como vegetal”. O procurador Januário Paludo, então, ironizou: “Estão eliminando as testemunhas...”.

Logo após a morte cerebral da esposa de Lula, a procuradora Laura Tessler escreveu: “Quem for fazer a próxima audiência do Lula, é bom que vá com uma dose extra de paciência para a sessão de vitimização”. Jeusa Viecili, por sua vez, debochou: “Querem que eu fique pro enterro?”

Em janeiro de 2019, quando Lula estava preso em Curitiba e um de seus irmãos, o Vavá, morreu, a situação se repetiu. No grupo de procuradores da Lava Jato, Dallagnol iniciou a conversa sugerindo proibir o presidente de ir ao velório de seu ente querido: "Ele vai pedir para ir ao enterro. Se for, será um tumulto imenso”. 

O procurador Athayde Ribeiro Costa, na conversa, foi cruel: sugeriu levar o corpo de Vavá ao local onde Lula estava preso. "Leva o morto lá na pf”, escreveu. “O safado só queria passear e o Welter com pena”, disse então o procurador Januário Paludo. 

O mesmo tom de deboche e frieza dos integrantes da Lava Jato se observou em março daquele ano, quando o neto de Lula, Arthur, morreu aos 7 anos. 

"Preparem para nova novela ida ao velório”, escreveu Jerusa Viecili. “Putz… no meio do carnaval”, respondeu Athayde Ribeiro Costa, em meio a inúmeras mensagens irônicas dos outros procuradores.