O senador Magno Malta (PL-ES) fez um intervenção nesta terça-feira (11) na sessão da CPMI dos Atos Golpistas que interroga o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid. O senador bolsonarista usou a fala para defender Cid, refutar a tese do campo democrático de que os atos de 8 de janeiro tenham sido uma tentativa de golpe e cobrar a convocação do general Gonçalves Dias, ex-chefe do GSI de Lula, à Comissão. No meio do caminho, soltou a pérola, de que “Bolsonaro poderia ter dado um golpe, se assim quisesse, enquanto era presidente”.
“Amigo coronel Cid”, começou. “Está mais do que claro que você está nos seus direitos constitucionais [de se manter em silêncio] desde os cartões de vacina até as acusações que tentam mexer no teu coração de pai citando suas filhas de forma desnecessária. E sei que sua família está assistindo em casa e que quem está do seu lado da bancada está em desvantagem. Quem está do lado de lá, está na vantagem e fica valente. Mas quero dizer que existem dias difíceis, mas há coisas que se colidem. Existem dias difíceis e existem ‘g dias’”, declarou.
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A referência ao general Gonçalves Dias se insere no âmbito da narrativa bolsonarista sobre o episódio, segundo a qual o 8 de janeiro faria parte de um “plano do PT” para desacreditar a oposição de extrema-direita e adquirir legitimidade para persegui-la, no melhor estilo “o Brasil vai virar a Venezuela”.
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“O alvo é o ex-presidente. Você foi mirado aqui porque é o ajudante de ordens, e colocou isso aqui. Quando os ‘misericordiosos’ e ‘samaritanos’ que aqui estão, e eu sei que são ‘misericordiosos’ porque os vejo na porta da Papuda e da Colmeia todos os dias querendo ver aquelas pessoas que ali estão presas: senhoras com câncer, com bolsa de colostomia, homens doentes e pessoas com comorbidades que foram colocadas como terroristas e empurradas para uma emboscada. Para serem filmados pela televisão aberta, serem chamadas de terroristas (…) e serem colocadas dentro de um campo de concentração, um ginásio de esportes, para assinarem um termo de culpa e, depois, ‘teje preso’”, analisou Magno Malta.
A fala um bastante confusa continua reforçando a mesma tese e tenta traçar os depredadores da Praça dos Três Poderes como pobres idosos doentes, injustiçados por um suposto governo "ditatorial", que estaria perseguindo uma oposição "legítima". Em seguida, o senador oferece a brilhante conclusão para a tese, de que Bolsonaro poderia ter dado um golpe enquanto era presidente mas não o fez. Em seguida, Magno Malta encerrou sua participação.
“Jair Bolsonaro teve oportunidade de dar o golpe se tivesse que fazer isso, ainda no poder, sentado na cadeira, com o povo do lado dele. E do lado mesmo. Mas esperou para dar o golpe depois de tudo isso. É de uma incoerência enorme. E você [Mauro Cid] cumpriu o seu papel, quatro anos de fidelidade ao presidente da República. Por que então te trazer e impedir a vinda de G Dias, que sabe muito mais?”, indagou.