EDUCAÇÃO

Tarcísio promete ampliar escolas cívico-militares em SP após Lula acabar com o programa

Seguindo os passos de Ratinho Jr., bolsonarista que governa SP quer dar continuidade ao modelo de ensino

O governador quer ampliar a modalidade de ensino no estado de São Paulo.Créditos: Reprodução
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Tarcísio Gomes de Freitas, governador de São Paulo, postou em seu Twitter nesta quarta-feira (12) que irá manter as escolas cívico-militares no estado através de um programa próprio, mesmo após o presidente Lula suspender o programa federal que havia sido instituído por Jair Bolsonaro. 

O mandatário estadual justifica que quer ampliar o programa pois saberia da “importância de um ensino de qualidade". Vale ressaltar que o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim) era um dos pilares do Ministério da Educação no governo de Jair Bolsonaro

Veja o tweet

A atitude de Tarcísio segue a mesma resistência de Ratinho Jr., governador do Paraná, estado que mais transformou as escolas em cívico-militares. As ações para confrontar a decisão de Lula precisarão enfrentar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) protocolada junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo PT, Psol e PCdoB. 

A principal diferença das escolas cívico-militares é que os militares são responsáveis pela administração da instituição de ensino, além de gerenciar a conduta dos alunos, deixando apenas a organização pedagógica e de ensino a cargo dos professores. 

O modelo escolar é cheio de controvérsias, uma vez que implementa ações que acabam excluindo a diversidade no âmbito escolar, como a possibilidade de acompanhamento de alunos que possuam dificuldades, perda de identidade devido à militarização, que também reforça padrões sociais, como no uso do uniforme, onde as mulheres são obrigadas a utilizar saias, dentre outros estigmas. 

Criticado por diversos professores, quem não segue o padrão imposto pela escola cívico-militar acaba tendo que se retirar e procurar outra instituição, algo problemático uma vez que a educação pública deveria ser inclusiva. Além disso, as escolas que se voluntariaram para receber este modelo possuem algumas características, como a situação de vulnerabilidade social e baixo desempenho no Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (Ideb), o que reforça a falta de cuidado com a educação, que deve caminhar ao lado dos valores humanos.