O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), exonerou em 2 de junho o seu então assessor e ‘braço direito’ Luciano Cavalcante devido a uma investigação da Polícia Federal sobre os chamados ‘kits robótica’, comprados com verbas do orçamento secreto e jamais entregues nas escolas alagoanas. Mas apesar disso, a mulher e o irmão de Cavalcante seguem trabalhando na Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), uma estatal que dispõe de orçamento milionário e que está sob a influência do político alagoano.
De acordo com reportagem do Estadão, a CBTU movimentou ao longo ano passado cerca de R$ 23 milhões só em Maceió, onde os parentes do ex-assessor estão lotados. Carlos Jorge Ferreira Cavalcante, irmão de Luciano, ocupa o cargo de superintendente do órgão e recebe um salário de pouco menos de R$ 20 mil. Além dele, Glaucia Maria de Vasconcelos Cavalcante, mulher do ex-assessor, é gerente regional de Planejamento e Engenharia e recebe salário que gira em torno de R$ 13 mil.
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O caso expõe a articulação entre as famílias Lira e Cavalcante, que nunca se tratou apenas das relações entre Arthur e Luciano. O próprio Carlos Cavalcante recebeu o apoio para o cargo na CBTU não apenas do presidente da Câmara, mas também de seu pai e prefeito de Barra de São Miguel, Benedito de Lira, conhecido como Biu.
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Além disso, é possível ver nas redes sociais que Carlos Cavalcante fez campanha para os patriarcas da família Lira nas últimas três eleições, sobretudo no município de Atalaia, que conta com 47 mil habitantes na região metropolitana de Maceió.
Escândalo dos 'kits robótica'
Ex-assessor e 'braço direito' de Lira, Luciano Cavalcante foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal em um dos seus endereços na operação que apura as compras irregulares, e jamais entregues, dos ‘kits robótica’ para escolas do interior de Alagoas com verbas oriundas do orçamento secreto de Bolsonaro. Lira alega que não teria qualquer relação com o escândalo e acusa a operação de ter motivação política. Ele acusa seu rival na política alagoana e nacional, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), de estar por trás do que considera uma perseguição.