A Caixa Econômica Federal entrou com um processo contra o seu ex-presidente, Pedro Guimarães, depois de ser condenada a indenizar um funcionário na Justiça do Trabalho.
Guimarães é acusado de diversas condutas inapropriadas no período em que foi diretor do banco. Ele foi indicado ao cargo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e renunciou ao posto em junho de 2022.
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À época, surgiram as primeiras denúncias de assédio sexual relacionadas a Pedro Guimarães. Após as investigações do Ministério Público do Trabalho, outras práticas abusivas do bolsonarista foram relacionadas ao ex-presidente da Caixa Econômica Federal.
Nas denúncias, Pedro Guimarães é acusado de forçar pessoas a comerem pimenta e chamar os trabalhadores de "bambi", em clara referência homofóbica. Os incidentes ocorreram em viagens de trabalho.
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"Muitos depoimentos revelam que o ex-presidente fazia brincadeiras constrangedoras aos funcionários, como jogar as pessoas no rio (a TESTEMUNHA 24 disse que um funcionário se afogou numa destas brincadeiras), colocar pimenta na comida das pessoas", diz trecho da investigação feita pelo MPT.
"A TESTEMUNHA 24 disse que já presenciou as meninas ficarem várias vezes o dia inteiro sem comer por conta da pimenta que o ex-presidente colocava na comida delas nas viagens e a TESTEMUNHA 26 viu o ex-presidente colocando comida no prato de uma funcionária", completou a denúncia.
O caso foi julgado pela Justiça do Trabalho como procedente em primeira instância e o banco terá de pagar danos morais para os funcionários prejudicados pelo último diretor.
Agora, a Caixa Econômica Federal abriu uma ação para tentar reaver uma parcela dos valores que teve que gastar em indenizações por conta das ações de Pedro Guimarães.
A CEF também vai ajuizar uma ação de improbidade administrativa porque Guimarães participava de 21 conselhos de empresas públicas, indo na contramão da Lei das Estatais.
"A Caixa esclarece que ingressou com pedido junto à Justiça Federal para ser admitida como assistente de acusação do Ministério Público na ação criminal ajuizada contra o ex-dirigente. O banco também ajuizou ação de ressarcimento dos valores a que foi condenada a pagar na Justiça do Trabalho por assédio moral praticado contra empregado", disse o banco.
Guimarães também já está sentado no banco dos réus em um processo que o acusa de importunação sexual e assédio sexual na Justiça Criminal. Os casos correm sob sigilo.
Pedro Guimarães nega as denúncias e afirma estar sendo perseguido pela Caixa Econômica Federal.