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Falas de Gayer não estão cobertas por imunidade parlamentar, diz Maria do Rosário

Deputada compara inação da Câmara frente a racismo com origem do bolsonarismo

Deputada Maria do Rosário comentou fala de Gustavo Gayer em entrevista à FórumCréditos: Reprodução/Fórum Onze e Meia
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Em entrevista ao programa Fórum Onze e Meia desta quarta-feira (28), a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), afirmou estar gravemente preocupada com as falas do deputado bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO).

Maria do Rosário reforça que as falas do parlamentar podem incorrer em quebra de decoro. “Esses pronunciamentos não estão resguardados. A imunidade parlamentar não acoberta esse tipo de crime”, afirmou Maria do Rosário.

Gustavo Gayer concordou que o QI de macacos é superior ao de africanos e ainda disse que isso justificava a existência de “ditaduras” no continente. 

“Do meu ponto de vista, é criminosa a atitude do deputado. Não só do meu ponto de vista, mas do ponto da legislação brasileira. E é ainda mais grave quando se trata de uma autoridade pública, que forma opinião e que tem responsabilidade com o cumprimento da lei e da ética”, afirmou.

A parlamentar também afirma que a leniência do Comitê de Ética da Câmara dos Deputados tem sido extremamente leniente com as agressões de parlamentares contra minorias.

A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) afirmou que irá pedir a cassação do deputado através de postagem nas redes sociais.

Vale lembrar, por exemplo, o caso do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que cometeu um ato de transfobia no púlpito do parlamento no dia das mulheres e segue com seu mandato ativo. E comparou inação do Comitê de Ética sobre esses casos com inação sobre suas denúncias contra o então deputado Jair Bolsonaro.

“O que eu não gostaria que acontecesse está acontecendo no atual período na Câmara dos Deputados. É uma a que está reproduzindo a leniência que em outros períodos teve com agressores, com racismo, com a misoginia, com todas as formas de preconceito e ódio”, afirmou.

Ela ainda afirmou que as ideias de Gayer são perigosas porque encontram ressonância na sociedade. 

“Essas ideias encontram uma correspondência na atitude de violência cotidiana por parte do estado, por parte de pessoas que são racistas”, completou à Fórum.

Confira a entrevista completa de Maria do Rosário ao programa Fórum Onze e Meia desta quarta-feira (28):