O ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR) amenizou suas críticas à indicação de Cristiano Zanin pelo presidente Lula (PT) para ocupar a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) deixada por Ricardo Lewandowski, que se aposentou em abril.
Em uma entrevista à Globo News, Moro expressou estar "preocupado" com a indicação, mas afirmou que suas questões se limitarão ao "entendimento jurídico".
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"Eu, particularmente, fico bastante preocupado quando há a indicação de um advogado particular do presidente. Não temos precedentes históricos a esse respeito. No passado, tivemos indicados que foram advogados-gerais da União e atuaram com o presidente, mas em uma condição institucional, defendendo a União Federal e não pessoalmente o presidente da República. Esse é um aspecto bastante preocupante e certamente será objeto de questionamentos", declarou Moro em tom ameno.
Em seguida, Moro afirma que não revelará seu voto. "Não vou adiantar meu voto, minha posição, porque entendo que isso deve ser formado durante a sabatina. No entanto, é claro que não vejo com bons olhos a indicação de um advogado particular do presidente da República", disse.
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Com essa declaração, Moro joga um balde água fria nas expectativas daqueles que esperavam por um confronto intenso entre ele e o advogado Cristiano Zanin, já que vivenciaram momentos de grande tensão durante os depoimentos de Lula no contexto das investigações da Operação Lava Jato.
Por que Moro não foi ao jantar de Zanin com União Brasil para tratar do STF?
O advogado Cristiano Zanin, indicado pelo presidente Lula (PT) para ocupar a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) deixada por Ricardo Lewandowski, que se aposentou, realizou uma série de reuniões nas últimas semanas com líderes e parlamentares de partidos tanto governistas quanto da oposição, incluindo o PL, que é alinhado ao bolsonarismo.
Outro encontro relevante de Zanin foi com o pastor Silas Malafaia, líder religioso da extrema direita. Após o encontro, Malafaia rasgou elogios ao advogado e afirmou que ele é "um cara de família".
No entanto, um encontro muito aguardado era entre Zanin e o senador Sergio Moro (Podemos-PR), devido aos embates famosos entre o advogado e o então juiz nos depoimentos de Lula durante a Operação Lava Jato.
Na semana passada, Zanin se reuniu com a bancada do União Brasil, partido de Moro, mas optou por não convidar o próprio Moro, pois desejava evitar constrangimentos.