COGNIÇÃO...

VÍDEO: Carol de Toni se irrita com deputado que ameaçou "chamar o professor" e é alvo de gargalhadas

Valmir Assunção tirou a bolsonarista do sério ao invocar o professor José Geraldo de Sousa Júnior, que impôs a ela humilhação histórica na Câmara

Caroline de Toni sai do sério após Valmir Assunção invocar "o professor".Créditos: Agência Câmara/Divulgação
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A deputada federal Caroline de Toni (PL-SC) voltou a ser alvo de chacota na Câmara nesta terça-feira (20). Durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito que busca criminalizar movimentos de ocupação e moradia, que vem sendo chamada de CPI do MST, a bolsonarista se irritou ao ser confrontada pelo deputado Valmir Assunção (PT-BA), que é militante do movimento social. 

Em dado momento da sessão, Carol de Toni interrompeu uma fala de Assunção. "Desculpa interromper, mas não deveria estar falando em nome da maioria porque não é vice-líder da maioria. Vamos respeitar as regras do regimento da Casa".

O deputado petista, então, deu uma resposta econômica, mas suficiente para tirar Carol de Toni do sério. "Vou convidar o professor José Geraldo aqui", disparou Valmir Assunção, arrancando gargalhadas dos demais parlamentares presentes na comissão. 

Assunção, ao citar José Geraldo, se referiu ao professor doutor de Direito da UnB (Universidade de Brasília), especialista em Sociologia do Direito e Direito Constitucional, José Geraldo de Sousa Júnior, que em sessão da CPI do MST na última semana impôs uma humilhação histórica a Carol de Toni ao questionar a "cognição" da deputada. 

Veja o momento em que Carol de Toni se irrita com Valmir Assunção 

Humilhação histórica

Carol de Toni, em sessão da CPI do MST em 14 de junho, pediu a palavra e despejou um caminhão de clichês contra o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), encerrando sua grotesca participação sem sequer formular uma pergunta ao participante da sessão. O presidente da comissão, deputado federal Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), mesmo tendo percebido que não havia questionamento, passou a palavra para o professor José Júnior, que então resolveu dar uma breve declaração sobre a fala da jovem bolsonarista.

“Em respeito à deputada, porque na verdade ela não me fez pergunta nenhuma, né? Eu só queria dizer assim... Octavio Paz, em ‘O Labirinto da Solidão’, diz que quando (Cristóvão) Colombo chegou, (os indígenas) não viram as caravelas... Elas estavam ali fundeadas, mas não havia cognição para poder representar cerebralmente uma imagem que era absolutamente incompatível com o quadro mental de uma cultura que não tinha elementos para visualizar... Por isso que os gregos diziam que ‘teoria’ significa ‘aquele que vê’, o ‘teores’, é ‘aquele que vê’... A gente só vê o que tem cognição pra ver... Eu não tenho como discutir com a deputada porque a sua visão de mundo, a sua percepção como cosmovisão, só lhe permite enxergar o que a senhora já tem escrito na sua cognição... Então a senhora vai ver não é o que existe, mas é o que a senhora recorta da realidade... A realidade é recortada por um processo de cognitivo de historicização... Então, eu não posso discutir um tema que contrapõe visão de mundo, concepção de mundo, entendeu?”, falou, com certo bom humor.

A parlamentar reacionária permaneceu durante toda a intervenção fazendo caras e bocas que davam a entender que, de fato, ela não estava compreendendo nem mesmo o que o acadêmico falava.

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