PASSOU VERGONHA

Carol de Toni esconde de suas redes humilhação histórica que sofreu de professor na Câmara

Deputada bolsonarista de Santa Catarina finge que não levou escracho épico de professor da UnB na CPI do MST, mas internautas a "lembram"

A deputada Caroline de Toni, humilhada por professor da UnB na Câmara.Créditos: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
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A deputada federal bolsonarista Carol de Toni (PL-SC) se calou após ser alvo de uma humilhação histórica imposta pelo professor doutor de Direito da UnB (Universidade de Brasília), especialista em Sociologia do Direito e Direito Constitucional, José Geraldo de Sousa Júnior.

O acadêmico deu um escracho como poucos vistos no Congresso Nacional durante sessão desta quarta-feira (14) da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que busca investigar o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - a CPI do MST. De forma polida, José Geraldo de Sousa Júnior evidenciou a limitação de pensamento de Carolina de Toni e a cena, rapidamente, viralizou nas redes sociais.

A deputada, entretanto, vem mantendo o silêncio com relação à resposta do professor. Ao longo de toda esta quarta-feira, Carol de Toni postou inúmeros vídeos com suas intervenções na CPI, mas não fez qualquer publicação em referência à declaração do acadêmico que a deixou nitidamente constrangida

Internautas, entretanto, estão fazendo questão de "lembrar" a parlamentar sobre o ocorrido e vêm lotando o espaço de comentários de suas publicações com ironias

"Conheci você hoje e adorei a jantada! Kkkkkk já virou meme... kkkkkkkk", escreveu um usuário da rede social. "Já conseguiu traduzir o que o Professor te disse hoje?", postou outro, em meio a inúmeros outros comentários do tipo. 

Confira

Escracho épico

Em meio ao palavrório dos extremistas bolsonaristas, a deputada Caroline de Toni (PL-SC), sempre muito empolada e pouco eloquente, pediu a palavra e despejou um caminhão de clichês contra o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), encerrando sua grotesca participação sem sequer formular uma pergunta ao participante da sessão. O presidente da comissão, deputado federal Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), mesmo tendo percebido que não havia questionamento, passou a palavra para o professor José Júnior, que então resolveu dar uma breve declaração sobre a fala da jovem bolsonarista.

“Em respeito à deputada, porque na verdade ela não me fez pergunta nenhuma, né? Eu só queria dizer assim... Octavio Paz, em ‘O Labirinto da Solidão’, diz que quando (Cristóvão) Colombo chegou, (os indígenas) não viram as caravelas... Elas estavam ali fundeadas, mas não havia cognição para poder representar cerebralmente uma imagem que era absolutamente incompatível com o quadro mental de uma cultura que não tinha elementos para visualizar... Por isso que os gregos diziam que ‘teoria’ significa ‘aquele que vê’, o ‘teores’, é ‘aquele que vê’... A gente só vê o que tem cognição pra ver... Eu não tenho como discutir com a deputada porque a sua visão de mundo, a sua percepção como cosmovisão, só lhe permite enxergar o que a senhora já tem escrito na sua cognição... Então a senhora vai ver não é o que existe, mas é o que a senhora recorta da realidade... A realidade é recortada por um processo de cognitivo de historicização... Então, eu não posso discutir um tema que contrapõe visão de mundo, concepção de mundo, entendeu?”, falou, com certo bom humor.

A parlamentar reacionária permaneceu durante toda a intervenção fazendo caras e bocas que davam a entender que, de fato, ela não estava compreendendo nem mesmo o que o acadêmico falava.

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