Em meio à repercussão sobre sua fuga aos Estados Unidos, o ex-deputado e ex-procurador Deltan Dallagnol resolveu gravar um vídeo para dizer que não está fugindo.
Menos de 15 dias após a Mesa Diretora da Câmara confirmar a cassação de seu mandato como deputado federal, Dallagnol viajou aos EUA para "novas aventuras", segundo publicação feita nos stories de seu perfil no Instagram por volta da 1h da madrugada desta segunda-feira (19).
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Na foto, Dallagnol aparece sorridente com o passaporte nas mãos sinalizando um painel que indica o embarque para um voo com destino a Chicago, nos EUA. "Novas aventuras", escreveu ele na publicação.
Como o ex-deputado é alvo de inquérito na Justiça por atacar o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e, recentemente, foi condenado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), o termo "fujão" rapidamente viralizou nas redes sociais. Dallagnol, então, divulgou um vídeo em que ataca a esquerda, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o advogado Rodrigo Tacla Duran, e ainda diz que não está fugindo pois "não deve nada a ninguém'.
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"Para o desespero da esquerda, que já tem muito azar por ser liderada por gente tão burra, que acredita que um fugitivo vai tirar uma foto revelando o destino para onde está indo e vai postar essas fotos avisando, quero dizer para essas pessoas: não me confundam com os seus bandidos e seus corruptos de estimação. Eu estou fazendo uma viagem acadêmica, não tenho nada a temer, não devo nada a ninguém", disse Dallagnol.
Ao dizer que "não deve nada", entretanto, Dallagnol não mencionou a condenação do STJ, que o obrigou a devolver R$ 2,8 milhões à União por valores gastos com passagens aéreas e diárias à época em que chefiava a Lava Jato em Curitiba.
Condenação
O Superior Tribunal de Justiça (STJ), por 6 votos a 5, decidiu no dia 7 de junho, pouco tempo após Dallagnol ser cassado, manter condenação imposta contra ele pelo Tribunal de Contas da União (TCU) contra ele no caso que ficou conhecido como "farra das diárias e passagens".
Dallagnol, quando era procurador e coordenador da força-tarefa da Lava Jato, torrou R$ 2,8 milhões em diárias e passagens aéreas destinadas a ele e a outros procuradores da operação. Em 2022, o TCU entendeu que o modelo adotado pela "República de Curitiba" foi antieconômico e gerou prejuízo astronômico à União, condenado o ex-"xerife" da "República de Curitiba" a ressarcir os cofres públicos.
A Justiça Federal em Curitiba, entretanto, atendeu a um recurso protocolado por Dallagnol contra a decisão do TCU e o caso foi parar no STJ, que negou a apelação do ex-procurador e manteve a condenação para que ele devolva quase R$ 3 milhões.