O ginecologista e médico obstetra Felipe Sá Ferreira, preso na última quinta-feira (15) em Maringá (PR) sob a acusação de estupro e abuso sexual de pacientes em seu consultório, é filiado ao partido Novo e foi candidato a deputado federal pela legenda em 2022.
Ferreira, além de seu perfil no Instagram para tratar de questões de saúde da mulher, mantinha uma conta de viés político em que se mostrava apoiador do ex-deputado Deltan Dallagnol, do senador Sergio Moro (UB-PR) e em que fazia críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ele também divulgava eventos e lives que participava, como uma que tinha como tema "a visão espiritual da gestação", veiculada em um programa online chamado "Família no ar".
Prisão e acusações de abuso sexual
Felipe Sá Ferreira foi preso preventivamente na última quinta-feira (15) pela Polícia Civil após mulheres denunciarem que foram abusadas sexualmente por ele no consultório em que atendia na cidade de Maringá. Ao menos 8 vítimas relataram abusos do ginecologista à polícia.
Ferreira é investigado pelos crimes de violação sexual mediante fraude, importunação sexual e estupro de vulnerável. De acordo com a polícia, ele chegou a hipnotizar uma paciente e fez com que ela se masturbasse na sua frente.
"Em uma das vítimas ele utilizou a hipnologia para tentar reduzir a capacidade de compreensão dela acerca daquele ato. Durante esse contexto, ele pediu para que ela se masturbasse e fizesse toques sexuais, visando obter prazer próprio", disse o delegado Dimitri Tostes Monteiro, responsável pelas investigações do caso.
"Diante da ampla divulgação da gravidade do caso, várias vítimas contataram a polícia civil, a delegacia da mulher, em Maringá, e já foram encaminhadas e prestaram declarações. [Os depoimentos] São muito convergentes, contundentes, e um reforçando o outro, demostrando com clareza essa prática criminosa praticada por esse ginecologista e obstetra", detalha ainda o investigador.
A prisão de Felipe Sá Ferreira foi efetuada após uma policial que está grávida se passar por uma paciente e procurar o médico em seu consultório. Quando confirmou que o ginecologista estava presente, o reforço policial foi acionado e o médico detido.
O médico é investigado desde janeiro e sua prisão foi solicitada pelo Ministério Público. A defesa de Felipe Sá Ferreira ainda não se manifestou.