O ministro José Antônio Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou todas as provas constantes em ações penais que tramitam na 13ª Vara Federal de Curitiba (PF) contra o advogado Rodrigo Tacla Duran, acusado de lavagem de dinheiro para a Odebrecht quando trabalhava para a construtora, no âmbito da Operação Lava Jato, e que passou a ser o principal denunciante das práticas criminosas realizadas pelo ex-juiz Sergio Moro e pelo ex-procurador Deltan Dallagnol.
Com a decisão de Toffoli, Tacla Duran, que há anos vive na Espanha, fugindo da perseguição da “República de Curitiba”, está livre para voltar ao Brasil, sem necessidade de qualquer habeas corpus preventivo. Ele já tem data marcada para falar na Câmara dos Deputados e contar tudo que sabe sobre os descalabros levados a cabo por Moro e Dallagnol na Lava Jato: na próxima segunda-feira, 19 de junho.
Te podría interesar
Outras repercussões que devem ocorrer a partir da anulação determinada por Toffoli são o trancamento definitivo das ações contra Tacla Duran no país e a suspensão dos abertos no Judiciário espanhol, a pedido da Justiça brasileira, a partir desse teor probatório que foi sustado. Na súmula, o magistrado do STF esclareceu que as tais provas, oriundas do acordo de leniência da Odebrecht, sequer deveriam estar em vigor, uma vez que o próprio Supremo já definiu esse material como “imprestável”.
Tacla Duran tem acusado e apresentado provas sobre uma suposta extorsão que teria sofrido por parte de Sergio Moro, hoje senador, mas que durante a Lava Jato, como líder da operação, realizou um sem-fim de irregularidades e abusos, o que resultou na anulação de praticamente todas as condenações ocorridas, inclusive a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que por conta dessas ações à margem da lei e do Direito, chegou a ficar 580 dias preso e foi impedido de disputar a eleição de 2018, quando era franco favorito no pleito.