Em meio às negociações para construir uma base do governo no Congresso Nacional, o presidente Lula teria comunicado na noite desta segunda-feira (12) que aceita a indicação da bancada do União Brasil na Câmara que indicou o nome do deputado Celso Sabino (União-PA) para comandar o Ministério do Turismo no lugar de Daniela Carneiro (União-RJ), conhecida como Daniela do Waguinho, nome do marido e prefeito de Belford Roxo, que deixou o União e se filiou ao Republicanos, para onde também deve ir a esposa.
O nome de Sabino é resultado de um acordo entre políticos do Centrão. O político é ligado ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro durante o seu governo para ser líder da maioria na Casa. À época, ele era filiado ao PSDB, e a ação de assumir o posto incomodou correligionários, que passaram a apontar o aspirante a ministro como apoiador do então presidente. Ele chegou a reagir aos comentários afirmando que ser líder da maioria não significava alinhamento com o governo.
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"Não tenho nenhum cargo ou pleito no governo federal. A (liderança) da maioria não significa alinhamento com o governo", disse ele ao jornal Estado de S.Paulo na ocasião.
Segundo o colunista Tales de Faria, do Portal Uol, a troca no comando do Turismo deve ser anunciada oficialmente ainda nesta semana, após Lula conversar com Daniela e Waguinho, que tem atacado a negociação do governo com o União.
A nomeação de Daniela atendeu a um pedido de políticos do PT do Rio, como Washington Quaquá (PT-RJ), vice-presidente nacional da legenda, após Waguinho apoiar Lula no segundo turno das eleições. O petista, no entanto, teve menos voto no segundo turno em Belford Roxo do que no primeiro turno.
O União Brasil, presidido por Luciano Bivar, não se sentia contemplado com a escolha e ameaçou retirar o voto de cerca de 50 deputados em propostas do governo caso não fosse efetivada a troca.
O recado foi dado a Lula por Elmar Nascimento (União-BA), que foi preterido da pasta para a nomeação de Daniela logo no início do governo.
Com a troca, o governo espera ter uma base mais fiel do União nas votações na Câmara, onde enfrenta mais dificuldades para aprovação de propostas em razão da casa ser presidida por Arthur Lira (PP-AL), outro desafeto do governo.