EDUCAÇÃO SOB ATAQUE

Bolsonarista, governador de SP promove ataque contra as escolas e fecha mais de 300 salas

Em nota, a Apeoesp declarou que a decisão de Tarcísio de Freitas vai acarretar piora na qualidade do ensino e instituições superlotadas

Bolsonarista, governador de SP promove ataque contra as escolas e fecha mais de 300 salas.Créditos: Reprodução/ redes sociais
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O governador do estado de São Paulo, o bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) anunciou medida que deve superlotar salas de aulas em algumas regiões do estado de São Paulo. 

De acordo com nota da Apeoesp, o governo de Tarcísio de Freitas, com a desculpa de que se trata de uma "reestruturação", anunciou que cerca de 300 classes de escolas estaduais devem ser fechadas. Apenas nove das 35 regiões não devem ser atingidas pela medida. 

O governo paulista afirma que os alunos não serão transferidos de escolas e turno, mas que haverá um redimensionamento de 0,3% (312) do total de 104 mil classes.

Ao jornal Folha de S. Paulo, a Secretaria de Educação diz que a medida faz parte de uma diretriz de 2016, alterada em 2018, e que estabelece que se, ao final de cada bimestre, for constatado o aumento ou diminuição da demanda escolar, a Diretoria de Ensino deverá aplicar o redimensionamento de classes. 

Porém, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) afirma que o número de salas fechadas pode chegar a 326 e que a medida do governador Tarcísio de Freitas pode levar ao sucateamento das escolas, superlotação das salas de aulas e fechamento de escolas. 

Além disso, a Apeoesp afirma que o fechamento de salas de aulas acarreta sobrecarga de trabalho aos professores, alunos mais dispersos e demissão de professores. 

Essa não é primeira vez que o governo de São Paulo tenta aplicar o chamado "redimensionamento de salas de aulas". Em 2015 medida semelhante foi tentada pelo então governador Geraldo Alckmin (PSB), mas, à época os estudantes se organizaram, ocuparam as escolas e impediram o fechamento de salas de aulas e escolas.

 

Tarcísio veta Paulo Freire 

 

Apresentado como o "bolsonarismo de sapatênis", Tarcísio de Freitas já mostrou ao que veio logo no início de seu mandato ao vetar o nome do educador Paulo Freite em uma estação do Metrô de São Paulo. 

O Metrô de São Paulo, empresa comandada pelo governador bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), decidiu mudar o nome de uma nova estação da linha-2-verde de Paulo Freire para Fernão Dias. A decisão foi tomada após o político de extrema direita assumir o comando do Palácio dos Bandeirantes. 

Segundo informações da jornalista Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, o Metrô afirma que tal mudança ocorreu depois de uma pesquisa com moradores da região onde será construída a estação. O levantamento teria sido concluído no final de 2022. 

De acordo com a pesquisa do Metrô, 57% dos entrevistados declararam preferir o nome de Fernão Dias para a nova estação. Já o nome do educador Paulo Freire teve 29% da preferência. Em terceiro lugar ficou "Parque Novo Mundo", com 14%. 

"O nome Paulo Freire era apenas provisório para a criação de referências nos projetos, até a confirmação pelas pesquisas", declarou o Metrô em nota. 

A nova estação da linha-2-verde será construída na avenida Educador Paulo Freire, na capital paulista, que fica próxima da rodovia Fernão Dias. 

A imagem de Paulo Freire (1921-19997), que é considerado um dos maiores educadores do mundo e único brasileiro a ter uma obra - Pedagogia do Oprimido (1968) - citada em lista de leituras de universidades de língua inglesa, passou a ser fortemente atacada a partir da ascensão do bolsonarismo, movimento político do qual o governador Tarcísio de Freitas faz parte. 

Por sua vez, o bandeirante Fernão Dias, que ficou conhecido com o "caçador de esmeraldas", tem a sua história vinculada à exploração, escravidão e extermínio da população indígena.