Vídeos que mostram o advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do Grupo Prerrogativas, detonando o deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) em audiência na Câmara, no dia 4 de abril, vêm viralizando nas redes sociais.
Carvalho participou de uma sessão Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para discutir o tema imunidade parlamentar e, em dado momento, Dallagnol resolveu investir contra Grupo Prerrogativas por sua atuação crítica à Lava Jato.
Ex-procurador da operação, o deputado subiu o tom de voz e, exaltado, afirmou que a entidade de Carvalho, que reúne os mais renomados juristas do país, "fechou os olhos para a corrupção" que, segundo ele, teria sido praticada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dizendo ainda que o Prerrogativas pratica "garantismo para os amigos e punitivismo para os inimigos".
Marco Aurélio de Carvalho, então, deu uma resposta contundente expondo os danos e prejuízos que a Lava Jato causou ao país. O advogado ainda convidou Dallagnol para um debate sobre a operação.
"Existe um mandamento que vossa excelência deve conhecer do Direto americano, que vossa excelência tanto prestigia, chamado risco duplo, eu não posso ser penalizado duas vezes pelo mesmo crime. Como vossa excelência usou seu tempo, que foi partilhado gentilmente com um colega, para confrontar em algo que eu não disse, então agora eu posso dizer, sem nenhum problema: a Lava Jato deixou efeitos perversos e nefastos para o país", declarou Carvalho antes de expor números sobre os prejuízos causados pela operação.
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Convite em aberto
Após a sessão, Marco Aurélio de Carvalho reforçou o convite a Dallagnol para um debate sobre a operação Lava Jato, mas o deputado não aceitou. Fontes da Fórum que testemunharam a discussão relataram que o parlamentar se constrangeu com desafio para debater, a ponto de ficar "vermelho".
À Fórum, Carvalho afirmou que Dallagnol não aceitou o desafio e se limitou a dizer que "vai pensar". O convite para o debate ainda foi estendido ao senador Sergio Moro (UB-PR), ex-juiz da operação, e sua esposa, a deputada Rosângela Moro (UB-SP).
"Não podemos permitir que o país e o mundo esqueçam o que aconteceu no país com o avanço da Lava Jato. Isso [o debate] tem um objetivo muito claro, impedir que esse tipo de situação volte a ocorrer, nos envergonhar diante do Brasil e do mundo", afirma o advogado.
"A atuação do ex-juiz Moro ao lado do ex-procurador Deltan foi indiscutivelmente criminosa, deixando no país um rastro de destruição e miséria. O presidente Lula foi vítima de uma perseguição implacável, promovida por um juiz inquisidor, com o apoio de um procurador que envergonhou o Ministério Público", prossegue Carvalho.