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Ministro Salomão vai colocar CNJ para discutir Lava Jato e situação de Appio

Informação, da CNN Brasil, é de que o corregedor-geral do CNJ arbitrará conflitos na 13ª Vara Federal de Curitiba. Retomada das arbitrariedades do tempo de Moro pode não dar certo

Imagem ilustrativa.Créditos: CNJ/Reprodução
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A jornalista Daniela Lima, da CNN Brasil, informou na tarde desta segunda-feira (29) que o corregedor-geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luis Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), tomará para si todos os casos envolvendo os novos capítulos da Operação Lava Jato, a cargo da 13ª Vara Federal de Curitiba. Recentemente, o juiz conduzido à vara para ficar à frente dos processos, Eduardo Appio, foi afastado da função pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), acusado de ter realizado uma suposta chamada telefônica ao filho do desembargador Marcelo Malucelli, daquela corte. João Malucelli é sócio do ex-juiz e hoje senador Sergio Moro (União Brasil-PR), antigo responsável da 13ª Vara Federal de Curitiba, e de sua esposa, a deputada federal Rosangela Moro (União Brasil-PR), além de genro deles, uma vez que mantém um relacionamento amoroso com a filha do casal.

“O corregedor-nacional de Justiça, do Conselho Nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, ministro do Superior Tribunal de Justiça, homem que é o responsável por dar o condão, o andamento, nas diversas reclamações que chegam sobre a magistratura ao CNJ, o órgão máximo para a imputação de penalidades e afastamento de juízes de suas cortes por mau exercício e malversação da magistratura... Amanhã, então, o corregedor do CNJ avisou aos integrantes do CNJ que trará medidas, no plural, novidades, no plural, sobre os diversos processos que resumem o MMA que se instalou na ‘República de Curitiba’, e eu estou falando de MMA porque é o termo técnico para o vale-tudo, porque de fato só não está tendo dedo no olho, porque de resto tá uma batalha campal ali... De um lado o Eduardo Appio, que é o juiz que tinha herdado a 13ª Vara de Curitiba e foi afastado pelo TRF-4 com base na reclamação do pai do sócio do Moro, sobre a atuação dele, dizendo que ele ameaçou o sócio do Moro, o telefonema é esquisito, tem uma situação vexatória que é um juiz se passar por um servidor qualquer da Justiça pra confirmar a relação entre o sócio do Moro e o desembargador do TFR-4 que estava derrubando decisões dele, e no final ele fala assim ‘tem certeza que você não tá aprontando nada?’, e isso foi encarado pelo TRF-4 como uma ameaça, e aí a coisa levou a um afastamento que ele está questionando no próprio CNJ... E antes ele já havia dito, ‘olha, CNJ, eu estou sendo boicotado pelo Tribunal Regional Federal, não estou tendo nem pessoal pra trabalhar na 13ª Vara, é um boicote deliberado... Então havia queixa de parte a parte e todo esse MMA deve começar a ser revisto e reorganizado amanhã”, disse Daniela Lima no programa Bastidor 360.

Nos últimos dias já havia sido informado que o CNJ convocaria os atuais responsáveis pela 13ª Vara de Curitiba para responderem sobre acusações levadas ao órgão pelo advogado Rodrigo Tacla Duran, que há tempos acusa o desembargador Malucelli de tomar decisões parciais contra ele. Outra demanda levada ao CNJ é de autoria do próprio juiz Eduardo Appio, que afirma que seu afastamento se deu em razão de sua postura crítica em relação à Lava Jato.

Ainda que a âncora não tenha entrado em detalhes sobre uma suposta posição que será tomada pelo ministro Luis Felipe Salomão, a expectativa é de que o corregedor-geral do CNJ ponha fim nos constantes ataques levados a cabo contra o juiz Eduardo Appio, uma vez que se tornou flagrante a posição dos desembargadores do TRF-4 em benefício aos antigos mandachuvas da Lava Jato, que inclusive, após o afastamento de Appio da 13ª Vara Federal de Curitiba, a seção voltou às mãos da juíza Gabriela Hardt, alinha a Moro e que já havia o substituído anteriormente.