A juíza Gabriela Hardt entrou em evidência essa semana após o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) afastar o juiz Eduardo Appio da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelos processos oriundos da operação Lava Jato.
A magistrada, que já foi a titular da Vara após substituir o ex-juiz e hoje senador Sergio Moro (UB-PR), reassumiu a unidade diante do afastamento de Appio. Gabriela, entretanto, pediu transferência para outro local e a solicitação está sob análise.
Diante dos últimos fatos envolvendo o nome da juíza, usuários das redes sociais vêm resgatando um vídeo que mostra o interrogatório conduzido por ela com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 14 de novembro de 2018.
À época, o mandatário estava preso na superintendência da Polícia Federal em Curitiba pelo caso do "triplex do Guarujá" e participou de oitiva na 13ª Vara conduzida por Gabriela Hardt no âmbito do processo sobre o "sítio de Atibaia", pelo qual Lula foi condenado no ano seguinte. Ambas as sentenças, entretanto, foram posteriormente anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O interrogatório foi marcado por um tom agressivo de Gabriela contra Lula. Internautas apontam que a juíza foi arrogante com o hoje presidente, que a questionou sobre qual seria a acusação contra ele.
"Gostaria que a senhora pudesse me explicar qual é a acusação (...) Eu imagino que a acusação que pesava sobre mim é que eu era dono de um sítio em Atibaia”, diz Lula em determinado momento. A juíza, por sua vez, respondeu: “Não, não é isso que acontece. É ser beneficiário de reformas que foram feitas”.
Lula, então, pergunta se ele é "dono do sítio ou não", ao que Gabriela Hardt reage com grosseria.
“Doutor, senhor ex-presidente, esse é um interrogatório. E se o senhor começar nesse tom comigo, a gente vai ter um problema. Vamos começar de novo (... Eu sou a juíza do caso e vou fazer as perguntas que preciso que sejam esclarecidas para que o caso seja sentenciado ou algum colega possa sentenciá-lo", disparou.
Em outro momento, José Roberto Batochio, intervém e diz que o interrogatório é "o momento em que o acusado exerce a autodefesa", ao que a juíza pergunta a Lula se ele está "apto" a responder perguntas. O petista responde que sim, mas que sente-se "desconfortável" pois não entendia a origem das acusações contra ele, questionando, então, se ele poderia falar.
Na sequência Gabriela Hardt volta a adotar tom agressivo. “Eu não vou responder interrogatórios e nem questionamentos aqui. Está claro?”, exclama.
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