O veterano jornalista Boris Casoy, que nunca escondeu seu anticomunismo patológico e sua verve reacionária, participou do programa O Grande Debate, da CNN Brasil, nesta sexta-feira (26), com o promotor aposentado do Ministério Público de São Paulo Roberto Tardelli, muito conhecido décadas atrás por ter atuado em casos de grande repercussão, como o do assassinato do casal Richthofen.
O tema da atração era a cassação do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) e a possibilidade de o ex-procurador reverter a decisão do plenário do TSE que retirou seu mandato. Acostumado a se posicionar com argumentos rasos, Boris atacou Lula, defendeu o antigo integrante do MPF, o ex-juiz Sergio Moro, e manteve a velha cantilena de os dois seriam alvos de uma “vingança” dos poderosos.
“Essa atitude contra Dallagnol faz parte de uma reação. Uma reação de uma parte da sociedade brasileira contra aquele, ou aqueles, que tentaram combater a corrupção, que é endêmica nessa país. Então está aí, uma vingança dessa parte aí da elite brasileira que não suporta quem os enfrenta... Nunca um presidente da República, por exemplo, a não ser no caso do Lula, foi preso no Brasil... E aí, de repente, aparece um juiz que resolve peitar essa corrupção e acabou no que acabou”, disse o jornalista de 82 anos.
Tardelli, com muita calma e elegância, começou dando uma resposta que contrariou a posição de seu oponente.
“Eu vou discordar de tudo que você falou e com absoluta tranquilidade”, disse Tardelli, para na sequência listar todas as irregularidades cometidas por Deltan Dallagnol e Sergio Moro, especificando quais eram os procedimentos administrativos abertos contra o ex-procurador da Lava Jato e explicando como ele fez para driblar o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e lançar sua candidatura à Câmara.
Para finalizar a réplica trucidante a Boris Casoy, o promotor aposentado ainda o informou que 17 dos 18 juristas respeitados internacionalmente convocados pela ONU para analisar o caso de Lula reconheceram que o presidente brasileiro não teve direito a um julgamento isento e imparcial.
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