Os ataques de 8 de janeiro de 2023, em Brasília, foram uma série de atos de vandalismo, invasões e depredações do patrimônio público cometidos por um grupo estimado de 4 mil bolsonaristas extremistas que invadiram e causaram diversos prejuízos ao patrimônio histórico e artístico.
O grupo também saqueou objetos e danificou documentos nas sedes dos Três Poderes da República. No edifício do Senado, os bolsonaristas deixaram um rastro de destruição: vidros quebrados, quadros rasgados, carpetes e móveis danificados que totalizam quatro toneladas de destroços.
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Essa sucata, armazenada pela equipe do Patrimônio do Senado, será matéria-prima para o artista plástico brasileiro Vik Muniz criar uma obra de arte sobre o ataque à democracia.
A ideia é ressignificar esses objetos e criar uma obra que simbolize a tentativa de golpe contra a democracia brasileira.
O material chegou ao ateliê do artista, no Rio de Janeiro, no dia 4 de maio, transportado de caminhão de Brasília à capital fluminense.
No primeiro contato com os destroços, Vik Muniz recordou os ataques.
"Vai ser interessante refazer esse material impregnado de ódio e catarse coletiva. A arte tem a capacidade de deixar marcas que atravessam o período das nossas vidas", comentou Muniz sobre a obra a ser criada.
A obra será doada ao Senado e ficará exposta na Casa. A exposição faz parte das comemorações do bicentenário do Senado que será celebrado em 2024.
Uma equipe de profissionais da Agência Senado e da TV Senado acompanhou o desembarque dos pedaços de vidro, carpete e outros materiais. Serão feitos um documentário e um livro para mostrar o processo de produção da obra, que ainda não tem previsão de entrega.
Quem é Vik Muniz
O artista plástico brasileiro Vicente José de Oliveira Muniz, que adota o nome artístico Vik Muniz, faz experimentos com novas mídias e materiais e tem o trabalho reconhecido mundialmente.
As obras de Vik Muniz são feitas de materiais inusitados, como lixo, restos de demolição e componentes como açúcar e chocolate.
Entre as obras mais célebres dele está a série The sugar children (1996), na qual o artista retrata, em açúcar, crianças caribenhas.
O premiado documentário Lixo Extraordinário registra o trabalho de Vik Muniz no aterro de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias (RJ).
Com informações da Agência Senado