Segundo um relatório da Polícia Federal, o tenente-coronel Mauro Cid tinha um apelido carinhoso para depositar dinheiro público para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL).
As conversas de Mauro Cid indicam pelo menos 20 depósitos para Michelle Bolsonaro e outras figuras ligadas à ex-primeira-dama.
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Comprovantes de depósitos em dinheiro vivo feito para a conta de Michelle indicam cerca de R$ 21,5 mil reais para a ex-primeira-dama.
Além disso, foram dez saques em dinheiro vivo feito pelas assessoras da ex-primeira-dama em 2021, com pagamentos direcionados a costureiras, podólogas, bem como depósitos para Rosimary Carneiro, que tinha a titularidade de um cartão de crédito usado pela esposa de Bolsonaro.
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De acordo com a Polícia Federal, o tenente-coronel tinha dois códigos para se referir à presidenta do setorial de mulheres do PL: "A dama quer saques" e "PD". Vamos combinar que não são apelidos muito misteriosos...
"O conjunto probatório colhido durante o estudo do material apreendido (inclusive o contido em nuvem) permite identificar uma possível articulação para que dinheiro público oriundo de suprimento de fundos do governo federal fosse desviado para atendimento de interesse de terceiros, estranhos à administração pública, a pedido da primeira-dama Michelle Bolsonaro, por meio de sua assessoria, sob coordenação de Mauro Cid", afirma o relatório da PF obtido pela coluna de Aguirre Talento no UOL.
Em setembro de 2021, por exemplo, foi feita uma transferência da conta de Jair Bolsonaro para a de Michelle. Uma assessora dela, Cintia, encaminhou o pedido para Cid, que respondeu com espanto a solicitação. "Caramba. 8600 (reais)?!?", disse o tenente-coronel.
O ajudante de ordens, segundo a PF, teria se preocupado com as transações por se parecerem com a acusação de "rachadinha" para Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Em nota, a defesa de Bolsonaro "reitera que todos os pagamentos e custos de sua família de pequenos gastos/fornecedores informais tinham como origem recursos próprios", afirmou a defesa em nota.