Tem horas que quem lê, ou assiste, pensa que é proposital. Pode até ser, mas o fato é que normalmente as falas de parlamentares bolsonaristas no Congresso Nacional, onde ocupam inúmeras cadeiras, lembram até esquetes clássicas do Monty Python. E foi exatamente o que aconteceu durante uma sessão da Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação do Senado Federal, realizada na manhã desta terça-feira (23).
O senador bolsonarista Magno Malta (PL-ES), na ânsia de fazer um discurso alinhado com as habituais bobagens e o falso moralismo da extrema direita, pediu a palavra quando era discutido o relatório de um projeto que pretende dar dedução fiscal para quem fizer doações destinadas a pesquisas científicas. A intervenção do parlamentar extremista foi tão confusa e esdrúxula que passou a circular nas redes sociais, gerando muita risada e críticas ácidas.
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“O exemplo que ele citou não serve de exemplo nenhum para mim porque é a China... Qualquer coisa a partir do vírus de Uhan eu não quero nem saber... Então, o relatório é bem feito, é meritório... É meritório o que vossa excelência está colocando, é inovador, mas lá diz também ‘projetos culturais’... Como há uma sanha de erotização de crianças, e de expor crianças, eu quero acrescentar a frase “projetos que não envolvam crianças”... Não, “que não haja exposição de crianças, visto que isso é vedado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente”, porque hoje projetos culturais no Brasil ‘é libertinagem’... Eles estão tratando crianças, mudando o conceito deles para pôr na mente das crianças... Tem lá um número de crianças na USP pra trocar de sexo na vida infantil...”, disse Malta sem o menor constrangimento diante da bizarrice que acabara de proferir.
O comentário do senador, que arranjou uma forma de incutir um moralismo tosco e forçado num tema sem qualquer relação com o que ele mencionou, no entanto, destoa de um caso recente envolvendo o político capixaba. Pastor evangélico e profundamente cultuado justamente por seu discurso moralista e puritano, ele publicou, aparentemente sem querer, uma foto do pênis numa postagem do Facebook, em janeiro de 2021.
Malta reclamava da postura da rede social ao classificar uma outra publicação sua, sobre um vídeo do médico Anthony Wong, defensor da cloroquina e do “tratamento precoce” contra a Covid, e que faleceu da doença, como “parcialmente falsa”. Ao postar um print da tela onde estava o vídeo, o senador deixou à mostra a galeria de imagens de seu celular, na qual apareciam duas imagens de um pênis, sendo que numa delas o órgão sexual era sustentado por uma mão.
Veja o vídeo: