GOVERNO LULA

Marina Silva e Petrobrás entram em conflito por exploração de petróleo na foz do Amazonas

Desejo do Ministério de Minas e Energia e da Petrobrás de explorar petróleo no oceano próximo ao Oiapoque gera desconforto com Ministério do Meio Ambiente

Ministra afirma que trata exploração de fósseis na Foz do Amazonas como nova Belo MonteCréditos: Tomaz Silva/Agência Brasil
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Desde março, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates (PT), e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira de Oliveira (PSD), têm avançado em uma agenda polêmica para o meio-ambiente: a extração de petróleo pela Petrobrás na região da Foz do Amazonas.

O projeto foi enviado para licenciamento ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que já emitiu em relatório preliminar afirmando que não vê a possibilidade de aprovação desse tipo de exploração.

Em entrevista à agência Sumaúma, a ministra Marina Silva afirma que se sente com esse projeto da mesma forma que se sentia em relação à Usina de Belo-Monte, que motivou sua saída do segundo governo Lula no ano de 2008.

"Eu estou olhando para esse desafio do petróleo na Foz do Amazonas do mesmo jeito que olhei para Belo Monte. É altamente impactante, e temos instrumentos para lidar com projetos altamente impactantes, que é o instrumento da avaliação ambiental integrada, da avaliação ambiental estratégica. Não pode ser licenciado como um caso isolado, temos que olhar para a bacia", afirmou Marina sobre o caso.

Jean Paul Prates e o Ministério de Minas e Energia argumentam que, apesar de se tratar da Bacia do Foz do Amazonas, a exploração se daria a cerca de 500 km do rio e defende que nunca houve um vazamento de petróleo em explorações petrolíferas no fundo do mar no Brasil.

“Depois da bacia de Campos e do pré-sal, estamos diante da mais nova fronteira do país, a Margem Equatorial, que vai da costa do Amapá até o Rio Grande do Norte”, afirmou o presidente da Petrobras sobre o tema.

De fato, países como Suriname e Guiana, além da Guiana Francesa, têm iniciado exploração petrolífera na região. Contudo, o risco de um vazamento de petróleo nas margens do Amazonas preocupa ativistas ambientais e pode ser um ponto de inflexão dentro do governo.