O advogado Rodrigo Roca, que estava responsável pela defesa do tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), preso pela PF sob a acusação de falsificar carteiras de vacinação para seus familiares e para o ex-presidente e sua filha adolescente, anunciou nesta quarta-feira (10) que deixou a função. A informação caiu como uma bomba entre bolsonaristas, já que Roca disse claramente desde que assumiu o caso que “não aceitaria advogar para clientes que façam delação”. Ele também abandonou, meses atrás, a defesa do ex-ministro Anderson Torres, apontado como um dos articuladores da tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro.
Diante da notícia, a expectativa generalizada, entre aliados e opositores do bolsonarismo, é de que Cid passe a revelar o envolvimento do líder ultrarreacionário em todos os casos em que é investigado, o que seria um pesadelo para o ex-presidente, já bastante desgastado e na mira da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Te podría interesar
Roca já tinha deixado a família de Cid enfurecida depois de dar entrevista à GloboNews, ocasião em que defendeu de forma aberta a inocência de Bolsonaro, em vez de se preocupar em proteger seu cliente. Mauro Cesar Barbosa Cid é de uma família de tradição militar. Seu pai é o general da reserva Mauro Cesar Cid. O clã de histórico castrense já deu a entender que não permitirá que o jovem tenente-coronel assuma sozinho a responsabilidade pelos crimes pelos quais é acusado.
Advogado do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) nos processos sobre a “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, o defensor é próximo dos integrantes da família do antigo mandatário de extrema direita. Ao assumir o caso de Cid, para muitos bolsonaristas ficou claro que sua intenção principal era blindar o ex-presidente e não inocentar o militar que foi o mais próximo assessor particular dele.