ECONOMIA

Juros altos: Haddad e Campos Netto vão debater tema no Senado

Ministro da Fazenda e presidente do Banco Central vão participar de sessão sobre 'Juros, inflação e crescimento' a convite do presidente da Casa, senador Rodrigo Pacheco, no próximo dia 27

Créditos: Agência Senado (Roberto Suguino)
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vão compartilhar uma mesa na sessão de debates temáticos no Senado Federal sobre o tema 'Juros, inflação e crescimento' no próximo dia 27 de abril, às 10h.

Há muita expectativa para esse encontro em razão das divergências entre o presidente Lula e outros integrantes do governo com relação à política de juros conduzida por Campos Neto.

A maioria da população brasileira concorda com Lula, de acordo com pesquisa Data Folha desta semana, que mostra que 71% dos entrevistados consideram que a taxa de juros está mais alta do que deveria. Entre os que pensam assim, 55% dizem que ela muito mais alta do que deveria. Apenas 16% consideram que está um pouco mais alta.   

O evento será realizado a pedido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que também vai convidar a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, entre outras autoridades e economistas. (confira a lista completa ao final deste texto).

Na justificativa do requerimento para a realização do debate, Pacheco comenta que juros é um tema que desperta o interesse da população brasileira, que tem uma lembrança sofrível do período das décadas de 1980 e 1990, marcadas pela hiperinflação.

O senador comenta que, no caso do Brasil, os juros reais constantemente figuram entre os mais altos do mundo. 

"Isso ocorre, em grande parte, devido às incertezas quanto à condução das políticas fiscal e monetária do país. Inseguranças a respeito, por exemplo, da dívida pública, âncora fiscal, reforma tributária e liberdade econômica afetam enormemente as expectativas quanto ao câmbio, a inflação e, consequentemente, os juros nacionais", escreveu.

"Logo, a necessidade da manutenção dos juros elevados por mais tempo, embora traga segurança quanto ao atingimento das metas de inflação – algo essencial para o desenvolvimento socioeconômico do nosso país, também compromete a tomada/concessão de crédito, o ímpeto empreendedor e o crescimento de curto prazo", ressalta o senador.

Lista completa de convidados para o debate

  1. Fernando Haddad, ministro da Fazenda
  2. Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento
  3. Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil
  4. Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central do Brasil
  5. Rodrigo Maia, diretor-presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNIF)
  6. Isaac Sidney Menezes Ferreira, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban)
  7. Marcos Lisboa, doutor em Economia pela Universidade da Pensilvânia, ex-secretário de política econômica (2003-2005), ex-vice-presidente do Itaú e ex-presidente do Insper
  8. Carlos Viana de Carvalho, Ph.D. em Economia pela Princeton University, professor da PUC-Rio, ex-diretor do Banco Central do Brasil (2016-2019), ex-economista sênior do Federal Reserve Bank of New York (2007-2011), diretor e sócio da Radix Asset Management
  9. Bruno Funchal, doutor em Economia pela FGV, ex-secretário de estado da fazenda do Espírito Santo (2017-2018), ex-secretário do Tesouro Nacional e CEO da Bradesco Asset.
  10. Representante da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE)
  11. Representante do Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor (BrasilCon)
  12. Representante da Confederação Nacional da Indústria (CNI)
  13. Representante da Confederação Nacional do Transporte (CNT)
  14. Representante da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)
  15. Representante da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)