O senador bolsonarista Eduardo Girão (Novo-CE) voltou a ser alvo dos holofotes da mídia, nesta quinta-feira (27), por protagonizar uma cena repugnante em uma tentativa de atacar o ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos.
Durante audiência na Comissão de Direitos Humanos do Senado, ele exibiu uma réplica feita com plástico de um feto de 12 semanas e tentou entregá-la ao ministro, em uma performance bizarra para encampar sua pauta moralista antiaborto nas redes sociais. Almeida não só recusou o "presentinho", conforme o próprio Girão chamou o objeto, como deu uma lição de ética no senador.
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Apesar do espanto de muitos, a atitude antidemocrática de Girão, que em vez de debater ideias de forma séria escolhe atacar um ministro do estado com uma cena bizarra, não é nenhuma novidade. Em 30 de novembro de 2022, o senador bolsonarista já havia demonstrado sua falta de apreço pela democracia ao convocar e presidir uma audiência na Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle (CTFC) do Senado cuja pauta era “a fiscalização das inserções de propagandas políticas eleitorais”.
O real objetivo da sessão, entretanto, foi questionar a vitória legítima do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na eleição que ocorrera 1 mês antes, bem como colocar em xeque as atuações do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante o processo eleitoral. Essas, inclusive, eram as pautas dos bolsonaristas que estavam acampados em frente ao Quartel General do Exército em Brasília e que promoveram os atos golpistas do dia 8 de janeiro.
Tanto é que a audiência serviu de palco para manifestações de figuras como Daniel Silveira, que está preso, xingando o ministro Alexandre de Moraes, do STF e TSE, de "cafajeste, frouxo e covarde".
A ofensa de Silveira foi aplaudida por ninguém menos que George Washington Oliveira Sousa, que estava presente na sessão convocada por Girão. Trata-se do homem que, poucas semanas depois, encampando a mesma pauta de questionamento do resultado eleitoral da audiência no Senado, promoveu tentativa de atentado a bomba em um caminhão-tanque próximo ao Aeroporto de Brasília.
Após a prisão do terrorista, sua presença na audiência do Senado veio à tona e Girão passou a ser questionado sobre o fato. O senador tem afirmado que não conhece George Washington e nem o convidou para a sessão. A presença do golpista na Casa foi autorizada e a Polícia Legislativa já sabe de onde veio a autorização. No entanto, tal informação está sendo mantida sob sigilo.