Em depoimento à Polícia Federal nesta quarta-feira (26), a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro alegou que estava sob efeito de medicamentos quando postou um vídeo questionando o resultado das urnas eletrônicas após as eleições de 2022.
O motivo da medicação seria uma erisipela em sua perna. A doença causada por uma infecção causa dores fortes e parte do tratamento envolve o uso de analgésicos fortes, como morfina.
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A divulgação da doença foi feita, à época, pelo filho do presidente, Carlos Bolsonaro, em uma foto no Telegram. O ferimento, que parecia extremamente grave, contudo, não apareceu nas pernas de Bolsonaro em um vídeo postado três semanas depois, na Flórida.
O vídeo questionando a eleição de Lula foi postado e apagado no dia 11 de janeiro, quando a perna de Bolsonaro já estava normal e sem ferimentos.
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"Sobre esse post, tanto a postagem foi acidental que ele não fez nenhum comentário e apagou logo na sequência. Presidente quando saiu de férias, ele tratou a eleição como página virada. Então, em momento algum você vai encontrar alguma declaração dele declinando que a eleição tenha sido fraudada. Em momento algum isso é falado", afirmou o advogado de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, no dia de hoje.
"O presidente repudiou na noite do 8 todos os acontecimentos lamentáveis que ocorreram aqui em Brasília. Fim da eleição, o presidente virou a página política dele, o presidente enfrentou um processo de erisipela [doença de pele] severo, o presidente não recebeu pessoas no Palácio, o presidente não articulou politicamente, o presidente se fechou e no [dia] 30 viajou para os EUA, onde permaneceu até o fim de março", completou o advogado.
Doença não apareceu em vídeo de Bolsonaro nos EUA
A foto publicada no Telegram de Carlos Bolsonaro exibia ferimentos graves na perna do então presidente:
Em 3 de janeiro, um vídeo mostra a perna de Bolsonaro sem o ferimento grave divulgado pelo filho anteriormente:
A informação divulgada pelo ex-ministro e advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, se deu no âmbito do inquérito que apura os responsáveis pelos atos golpistas de 8 de janeiro. A publicação foi incluída na investigação e, por isso, o ex-presidente está sendo investigado.