HISSAM HUSSEIN DEHAINI

Sentiu: prefeito casado com jovem de 16 anos exonerou sogra e tia da menina

Hissam Hussein Dehaini foi preso duas vezes durante a CPI do Narcotráfico; ele foi indiciado por furto e desmanche de veículos, concussão, extorsão, corrupção ativa e passiva

O prefeito Hissam Hussein Dehaini.Créditos: Redes Sociais
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O prefeito de Araucária, localizado na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), Hissam Hussein Dehaini, demitiu sua sogra, Marilene Rôde, do cargo de secretária de Cultura e Turismo.

A exoneração foi publicada no Diário Oficial nesta quarta-feira (26). Marilene foi nomeada para liderar a pasta em 13 de abril, apenas um dia após o prefeito, de 65 anos, se casar com sua filha de 16 anos.

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) está investigando a possível prática de nepotismo, considerada uma violação das leis federais de improbidade administrativa.

A prefeitura afirmou em nota que Marilene voltará a trabalhar em Colombo, também na RMC, mas não especificou o órgão ou a função. O prefeito também demitiu a tia de sua esposa, Elizângela Rôde, que era secretária de planejamento da prefeitura desde outubro de 2022. A prefeitura afirmou que Elizângela continuará na Secretaria de Planejamento, mas não especificou seu cargo.

"Há que se destacar e agradecer o comprometimento das duas profissionais no período em que estiveram nas funções de gestão", afirmou a administração municipal, em nota.

Após a repercussão do caso, Hissam anunciou sua desfiliação do partido Cidadania, pelo qual foi eleito para dois mandatos em Araucária.

Prisões

Hissam foi preso duas vezes durante a CPI do Narcotráfico, uma delas após Operação da Polícia Federal que investigava licitações fraudulentas

Ele foi investigado pela CPI entre o início dos anos 1990 e início dos 2000. Na ocasião, Hussein foi indiciado por envolvimento com tráfico de drogas, furto e desmanche de veículos, concussão, extorsão, corrupção ativa e passiva.

Ele era apontado como empresário do ramo de hotéis e agência de carros. Em uma das chácaras de sua propriedade, Hussein teria uma pista de pouso para helicópteros e um laboratório para o refinamento de cocaína, o que foi negado por ele com a justificativa de que operava uma empresa de transporte aéreo.

Em março de 2000, foi preso por 60 dias pela Polícia Federal, a pedido da CPI nacional. Voltou a ser detido sete meses depois, em outubro de 2000, na fase paranaense da Comissão, denunciado por tráfico de drogas, proteção a traficantes e pagamentos a policiais. Permaneceu detido na Prisão Provisória do Ahú, em Curitiba, mas foi solto 104 dias depois, já em janeiro de 2001.