Na última semana, novas imagens das câmeras de segurança do Palácio do Planalto gravadas em 8 de janeiro, enquanto bolsonaristas destruíam o local, foram divulgadas pela CNN Brasil. Os vídeos mostravam militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) circulando pelo palácio, e um deles inclusive dando água para os golpistas que o invadiam. Entre os flagrados, estava o general Gonçalves Dias, nomeado pelo presidente Lula (PT) dias antes como o ministro-chefe do órgão.
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A divulgação das imagens causou um verdadeiro rebuliço na oposição bolsonarista, que viu ali um possível meio de provar sua tresloucada teoria de que teria sido o próprio governo Lula a armar os ataques de 8 de janeiro para se fazer vítima e, a partir disso, obter ganhos políticos e autorização para perseguir apoiadores do governo anterior.
Na quarta-feira (19), dia seguinte da publicação das imagens, Gonçalves Dias entregou o cargo. Além dele, outros 9 militares do GSI também foram filmados no Planalto: sete oficiais do Exército, um sargento da Aeronáutica e um tenente-coronel da reserva do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal.
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Os nomes dos militares foram repassados pelo GSI ao Supremo Tribunal Federal. Foi o próprio ministro Alexandre de Moraes, que conduz os inquéritos que investigam os atos golpistas e antidemocráticos, quem recebeu a lista. Após o encaminhamento, o GSI também pediu a Moraes que liberasse a divulgação das mais de 160 horas de gravação das câmeras de segurança do Planalto naquela data. Com a autorização concedida, as imagens devem ser liberadas ainda neste sábado (22).
Confira a seguir quem são os militares do GSI que estava no Planalto em 8 de janeiro.
Marco Edson Gonçalves Dias
General de divisão da reserva, Gonçalves Dias foi o ministro-chefe do GSI até o último dia 19 de abril, quando entregou o cargo após o escândalo. Nas imagens ele circularia entre os bolsonaristas, cumprimentando e conduzindo os invasores dentro do Planalto. Em sua defesa, Gonçalves Dias afirmou que estava conduzindo os invasores ao segundo andar do Palácio, onde seriam presos.
Carlos Feitosa Rodrigues
General de divisão, atuou como secretário de Segurança e Coordenação Presidencial até o último 23 de janeiro. Ele foi nomeado por Jair Bolsonaro (PL) em maio de 2021. Antes disso, entre 2019 e 2020, comandou a 16ª Brigada de Infantaria de Selva em Tefé, no Amazonas.
Wanderli Baptista da Silva
Coronel do Exército, atuou como diretor-adjunto do Departamento de Segurança presidencial até o último dia 31 de março. Em 2005 comandou a Operação Pacajá, que buscava controlar conflitos decorrentes do assassinato da freira Dorothy Stang, no Pará.
Alexandre Santos de Amorim
Coronel do Exército, segue no cargo de coordenador de Avaliação de Riscos.
André Luiz Garcia Furtado
Coronel do Exército da reserva, também continua com seu cargo no GSI. Ele é coordenador-geral de Segurança em Instalações. Foi nomeado em abril de 2020 por Augusto Heleno, o ministro-chefe do GSI de Bolsonaro. Entre 2009 e 2011 integrou comitivas presidenciais de Lula e Dilma Rousseff (PT).
Alex Marcos Barbosa Santos
Tenente-coronel do Exército, é adjunto da Coordenação-Geral de Segurança de Instalações. Chegou ao GSI em 2019 após passagem pelo Batalhão da Polícia do Exército em Brasília.
Marcus Vinícius Brás de Camargo
Tenente-coronel do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, é chefe da Assessoria Parlamentar do GSI. Foi nomeado em primeiro de janeiro deste ano, após a posse de Lula (PT). Antes da nomeação, foi chefe da assessoria parlamentar do Corpo de Bombeiros do DF.
José Eduardo Natale de Paula Pereira
Major do Exército, foi exonerado em 3 de fevereiro de 2023 do cargo de coordenador da Segurança de Instalações Presidenciais. Ele aparece nas imagens dando água a golpistas que invadiam o Planalto. Integrou equipes de viagem de Jair Bolsonaro e seu vice, Hamilton Mourão.
Adilson Rodrigues da Silva
Capitão do Exército da reserva, Adilson segue no cargo de auxiliar da Coordenação-Geral da Segurança de Instalações. Está no GSI desde 2021.
Laércio da Costa Júnior
Sargento da Aeronáutica, está no GSI desde outubro de 2020 onde atua como encarregado de Segurança de Instalações do Palácio do Planalto. Segue no cargo.